Movimento no comércio caiu 0,7% em junho

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São Paulo - O movimento no comércio varejista no Brasil caiu 0,7% em junho ante maio e recuou 1,8% na comparação com junho do ano passado, segundo pesquisa divulgada ontem pela Boa Vista SCPC. No acumulado do primeiro semestre, o movimento diminuiu 1,6% ante igual intervalo de 2014. Já em 12 meses, o indicador apresenta elevação de 0,4% em junho, mas desacelerou 0,3 ponto percentual ante o registrado em maio.

Segundo os economistas da Boa Vista, o indicador continua apresentando desaceleração em sua tendência de longo prazo, fato observado desde meados do segundo semestre de 2014. "Para 2015, fatores macroeconômicos como elevação dos juros, piora do mercado de trabalho e aumento de tributos e inflação em patamar elevado continuarão afetando de forma intensa a confiança e o poder de compra do consumidor", diz a equipe em relatório.

Dentre os principais setores, o de móveis e eletrodomésticos apresentou queda de 3,4% em junho, na variação mensal, descontados os efeitos sazonais. A categoria de tecidos, vestuários e calçados caiu 1,1%. A atividade de supermercados, alimentos e bebidas foi a única que apresentou aumento, de 1,1%. Já o segmento de Combustíveis e Lubrificantes ficou estável.

O indicador é elaborado a partir da quantidade de consultas à base de dados da Boa Vista, por empresas do setor varejista. A Boa Vista também divulgou que a inadimplência do consumidor na cidade de São Paulo subiu 1,1% em junho ante maio, mas caiu 4,3% na comparação com junho do ano passado. No acumulado do primeiro semestre, há queda de 6,7%.

Já o indicador de recuperação de crédito do consumidor no Brasil - obtido a partir da quantidade de exclusões dos registros de inadimplência - subiu 2,4% no mês e avançou 0,7% no ano, mas mesmo assim acumula retração de 0,8% no primeiro semestre.

Demissões - O primeiro semestre deste ano teve o pior saldo de empregados formais no comércio varejista da região metropolitana de São Paulo desde 2008.  o que revela pesquisa divulgada ontem pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP)), com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego.

Segundo a pesquisa mensal da Fecomércio-SP, 24.078 vagas formais do comércio varejista foram fechadas na região, de janeiro a junho deste ano quase o dobro dos 12.751 postos extintos no mesmo período do ano passado.

Em junho, 3.711 vagas formais foram fechadas, enquanto no mesmo mês do ano passado 325 vagas foram criadas. No mês, foram admitidos 42.191 funcionários no comércio varejista, ante 45.812 demissões. Enquanto as contratações diminuíram 2,4%, em relação a junho de 2014, o fechamento de postos de trabalho aumentou 7% na mesma base de comparação.

O número total de empregados no comércio varejista somou 1.004.629 entre junho de 2014 e junho deste ano. Número inferior aos 1.007.485 empregos formais registrados no setor, nos 12 meses encerrados em junho de 2014.

Os segmentos de mercado mais atingidos foram os de concessionárias de veículos (-7,4% no número de funcionários), autopeças e acessórios (-3,4%) e eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamento (-3,2%). Por outro lado, houve aumento nas áreas ligadas a bens essenciais como farmácias (4,3%) e supermercados (3,7%).

Para a Fecomércio-SP, o cenário é preocupante para o comércio, "uma vez que o número de vagas suprimidas no primeiro semestre de 2015 Áconsiderando o varejo e o atacadoÀ atingiu a marca de 191.288 no Brasil (58.457 no Estado de São Paulo), sinalizando um quadro ainda mais recessivo para este ano".



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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