Por Jennifer Hughes | Financial Times, de Hong Kong
Grupos gestores de fundos de investimento em participações estão se preparando para uma possível batalha pelo controle da maior produtora do mundo com ações em bolsa, depois que uma segunda empresa associou-se à KKR no exame da contabilidade da Wine Estates vinculado a uma proposta indicativa de que avalia a empresa em 3,4 bilhões de dólares australianos (US$ 3,2 bilhões).
A Treasury, dona de marcas como Penfolds, Lindeman's, Rosemount Estate e Beringer, disse que o grupo pediu anonimato, embora notícias sugiram tratar-se da TPG.
A TPG e a companhia recusaram-se a comentar.
Desde que a KKR e a Rhône Capital, seu grupo privado associado americano, fez, originalmente, uma proposta em maio - rejeitada pela companhia - as ações da Treasury subiram 31%. Neste mês, a KKR elevou sua oferta de 4,70 para 5,20 dólares australianos por ação, e a empresa concordou em permitir que o grupo analisasse sua contabilidade.
"O conselho de administração concluiu ser de interesse de seus acionistas aprofundar as negociações com esse investidor de private equity", disse ontem a empresa. "Assim, após a negociação de um acordo de confidencialidade adequado, também será concedida a oportunidade de realizar uma auditagem contábil sem obrigatoriedade de concretizar o negócio."
Em caso de uma proposta da TPG, o grupo terá dado um círculo completo, pois era o principal acionista por ocasião da venda das operações da Beringer à Foster por 1,5 bilhão de dólares australianos (US$ 2,6 bilhões à época) em 2000. A Treasury foi desmembrada da Fosters em 2011.
O interesse na Treasury foi fomentado pelos problemas do grupo, especialmente em suas operações nos EUA, onde um excesso de oferta nos canais de vendas, no ano passado, obrigou-a a destruir 6 milhões de garrafas de vinho envelhecido e assumir um encargo de 155 milhões de dólares australianos. Os problemas levaram à destituição do seu executivo-chefe.
Em junho, a empresa assumiu uma baixa contábil de até US$ 260 milhões em reavaliações de marca e aquisição de intangíveis, baseada em taxas de crescimento mais fracas para vinhos comerciais. As aquisições ocorreram antes do desmembramento da Foster.
Desde o desmembramento, a empresa tem sido alvo de especulações de aquisição. A maioria das marcas de vinhos premium é de propriedade privada ou pertence a grandes conglomerados no setor de bebidas, como Constellation e Pernod Ricard.
Tem havido uma demanda por ativos agrícolas na Austrália devido à relativa proximidade da China, embora as expectativas de uma batalha de lances pareçam atenuadas, apesar da alta das ações ontem.
Veículo: Valor Econômico