Encontro em Porto Alegre com empresários do setor abordou a utilização da ferramenta para qualificação do ponto.
A rede paulista de Supermercados Monte Serrat, que, até maio, recebia de três a cinco reclamações diárias por parte de consumidores que identificavam preços errados nas gôndolas, superou este problema ao implementar ferramentas de mobilidade associadas à metodologia de melhoria contínua. Além de corrigir plenamente o processo de remarcação e de auditoria de preços, a empresa localizada em Itupeva, no interior de São Paulo, tem obtido resultados positivos também na área de reposição de mercadorias, graças à tecnologia aliada a uma sistemática de transformação.
Este foi um dos cases apresentados durante o encontro Eficiência e Produtividade - Melhores Práticas, Maiores Resultados, que ocorreu nesta quinta-feira, no Tecnopuc, em Porto Alegre. Promovido pela empresa de software para organizações Tlantic, em parceria com o Instituto CDL, o evento reuniu empresários do varejo para dicutir sobre a mobilidade como ferramenta para a melhoria contínua no varejo.
"Temos conseguido mensurar a quantidade de tudo que se troca, ganhando tempo e melhorando a qualidade do atendimento", afirmou o diretor da rede Monte Serrat, Edevaldo Retondo, que implementou softwares em smartphones e tablets que possibilitam otimizar os trabalhos que ocorrem entre estoques e interiores das lojas. Como resultado, o grupo vem acompanhando o aumento de produtividade em meio aos 305 funcionários. "Um dos desafios do varejo - em tempos de alta competitividade, crise econômica e níveis altos de exigências entre os consumidores - é conseguir uma equipe mais motivada, eficiente, e com maior produtividade e melhores resultados em vendas, além de atingir a satisfação do cliente", destacou o professor especialista do segmento de varejo da Pucrs, Vinícios Brasil. "As pessoas estão mais exigentes, prezando por qualidade e atendimento. Então, nada mais natural que reduzir o que não interessa e disponibilizar melhor os profissionais de atendimento, sem ter que contratar mais gente", disse o docente.
Contando com 43 mil colaboradores em Portugal e Espanha, distribuidos em 1.100 lojas, o grupo Sonae investiu na parceria processo-tecnologia e obteve ganhos "brutais" de eficiência e cortes de custos operacionais nos últimos sete anos, conforme o head of transformation (gerente de processo de transformação) da Sonae, Marcelo Tupan. Somente na área de alimentação, foram R$ 10 milhões de ganho por ano, garante o executivo, que apresentou processo de business case relativo a ganhos e eficiências com a aplicação do Kaizen, prática comercial japonesa de melhoria contínua no desempenho e produtividade em conjunto com o uso de soluções tecnológicas fornecidas pela Tlantic. "São softwares que providenciam ferramentas para estes processos, desde a placa de venda (MRS) até as recepções de mercadorias", destaca Tupan. "Apostamos muito na mobilidade do colaborador como uma eficiência operacional da loja, para que o mesmo tenha tempo para atender o cliente."
"Um processo bem-descrito, com tecnologia assegurando a sistematização do mesmo, promove a otimização entre eficiência e produtividade", defendeu a diretora executiva da Tlantic, Patrícia Fernandes. A empresa, que no Brasil atende a grupos como Pão de Açucar, Lojas Marisa, Renner e O Boticário, trabalha em soluções para eliminar o tempo de toda a demanda de trabalho que não agrega valor às lojas. "Se você tem uma etiqueta errada na gôndola e tiver que mudar isso dentro de uma loja de 9 mil m2?, cria a oportunidade de o cliente ir embora", justifica a gestora. Patrícia destaca que todas as soluções da Tlantic estão embarcadas em equipamentos móveis, possibilitando muitas operações em um mesmo clique. Além de autidar datas de validade e preços, a tecnologia alimenta processos de back office, dispara sistemas de compra ou reposição de mercadorias e elimina rupturas. "Com apenas um smartphone, um PDA ou um coletor - em um equipamento só - é possível trabalhar 28 funcionalidades", afirma.
Veículo: Jornal do Comércio - RS