Com ajuda da banana, cesta básica de Porto Alegre se torna a mais cara do Brasil

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                                             Foi a primeira vez no ano que a Capital atingiu este patamar, aponta levantamento do Dieese.

Pela primeira vez neste ano, a cesta básica de Porto Alegre foi a mais alta entre as 18 capitais pesquisadas em agosto pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). E a banana foi a principal responsável pela elevação, subiu 10,99% com relação ao mês anterior.

No levantamento, os 13 gêneros alimentícios essenciais do rancho gaúcho custaram R$ 387,83. São R$ 1,79 acima de São Paulo (SP), em segundo lugar na pesquisa, e R$ 15 a mais do que a terceira colocada, Florianópolis (SC).

Para a economista Daniela Sandi, responsável pela análise da cesta mensal do Dieese, o aumento do preço dos insumos – como fertilizantes – para os produtores de banana pode ter influenciado no preço final da fruta. Outra questão apontada por Daniela é que a pesquisa do órgão leva em conta os locais onde há maior consumo e, por isso, é feita nos supermercados da Capital, deixando de fora as feiras de bairro e os feirantes fixos da cidade.

— Geralmente, os valores são mais altos nos supermercados. Isso também pode explicar este aumento, mesmo que não tenha falta da fruta no comércio — acredita.

Feira x súper

A hipótese de Daniela se confirma nas ruas. Nos supermercados, dependendo do dia, a banana pode ser encontrada por até R$ 5 o quilo. Nas feiras, o preço fica abaixo dos R$ 2. E quanto mais tarde, mais barato o quilo. Mas é preciso pesquisar, como faz o aposentado Breno Dias, 72 anos, do Bairro Teresópolis. Três vezes por semana, ele segue até o Centro para comprar banana dos feirantes da Praça Parobé.

— É a fruta que mais como. Caminho um pouco mais para economizar porque não fico sem ela — garante.

Na defesa dos supermercados, o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, garante que, apesar de os preços nos supermercados serem diferentes dos encontrados nas bancas de rua, a qualidade não se compara.

— Nas redes, há oferta de outros tipos da fruta, mas o supermercado não ficará mudando o valor a cada momento. Na feira, o feirante pode fazer o preço por hora. E, se ela (a banana) começa a passar do ponto, o supermercado retira da gôndola e faz uma cuca, por exemplo. Na feira, ela será vendida por um preço mais barato — justifica.

Mesmo morando a menos de 1km de duas grandes redes de supermercados, o serviços gerais aposentado Cláudio Fernandes, 70 anos, não tem dúvidas: parte para as feiras à caça de uma banana mais barata.

— Não busco tipos diferentes, quero sempre a prata. O quilo está R$ 5 numa rede do lado de casa. O bolso pesou. Na feira, acho por menos da metade do preço _ comemora.

A oscilação da cesta básica em 2015

Agosto - 1º lugar - 387,83
Julho - 2º lugar - R$ 383,22
Junho - 3º lugar - R$ 384,13
Maio - 5º lugar - 384,57
Abril - 4º lugar - R$ 368,97
Março - 3º lugar - R$ 360, 01
Fevereiro - 6º lugar - R$ 353,81
Janeiro - 2º lugar - R$ 361,11

 



Veículo: Jornal Zero Hora - RS


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