Etiquetas das refeições à venda nos supermercados têm valores altos

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O segmento de comidas prontas à venda em supermercados e hortifrutis do Rio errou a mão no tempero: os preços estão salgados demais para o paladar da maioria dos cariocas. Os valores impressos nas etiquetas são dignos de indigestão. A alegação é que há muitos custos embutidos no preparo, mas o consumidor não engole a justificativa. Na filial do Pão de Açúcar, no Flamengo, na Zona Sul, por exemplo, o brócolis — que custa R$ 2,59 (unidade) — é vendido por R$ 36,90 (quilo), se estiver pronto para comer, ao alho e óleo. O frango grelhado chega a R$ 60,90 (quilo).

— Que isso?! O preço do brócolis é um escândalo. Eu não compraria. É muito absurdo — espantou-se a esteticista e consumidora Odília Alves, de 69 anos.


Na mesma loja, um quilo de mandioca frita sai a R$ 38,90. Se o comprador preferir levar para casa a mesma quantidade de legumes salteados, vai pagar R$ 29,90. Para beliscar uma porção de frango a passarinho, vai desembolsar, então, R$ 38,99.

Numa ronda também no Hipermercado Extra da Avenida Maracanã, por exemplo, a reportagem encontrou um quilo de filé de frango à parmegiana por R$ 42,90. A bisteca suína (carré) custa R$ 45,50 (mesma quantidade).

Na unidade do Hortifruti da Rua Conde de Bonfim, na Tijuca, o quilo da batata calabresa sai a R$ 59,90. Os valores dos quilos da azeitona preta e da cebolinha calabresa também. Quando o cliente procura as pastinhas, o susto é ainda maior. A de tomate seco é vendida por R$ 76,90 (o quilo). Na filial do Grajaú, o quilo da salada de batatas sai a R$ 59,90.

No Princesa, em Laranjeiras, na Zona Sul, um quilo de farofa pronta (que não exige um preparo elaborado) custa R$ 24,90, e o macarrão ao alho e óleo (rápido de fazer) é vendido por R$ 24,50 (quilo).

— Esse preço é um absurdo. Gasto, para 500 gramas de macarrão, duas ou três colheres de sopa de óleo e uma de alho. Ao todo, a receita sai por menos de R$ 5. Como podem cobrar tanto? — comparou a advogada e dona de casa Márcia Nunes, de 44 anos

Empresas justificam custos elevados

Procurada, a rede Princesa informou que, há algum tempo, começou a oferecer alimentos prontos “para levar praticidade e conveniência aos clientes”. Segundo a empresa, a decisão partiu da demanda dos consumidores. “Naturalmente, se compararmos o quilo de um alimento cru com o mesmo alimento pronto para consumo, entendemos que seus respectivos preços de venda devem ser diferentes, pois, aos serem preparados, temos que adicionar custos relativos à preparação, tais como mão de obra, insumos, embalagens etc.”, afirmou, em nota.

As redes Extra e o Pão de Açúcar esclareceram que a política de precificação obedece a diversos fatores, entre eles, o monitoramento de mercado. Justificaram, ainda, que os preços estão alinhados aos da concorrência direta. “As redes têm como premissa oferecer preços competitivos aos seus clientes, com um sortimento completo, incluindo pratos produzidos nas próprias lojas, atendendo o consumidor nos seus diferentes momentos de compra, de acordo com a sua necessidade”, declarou.

O Hortifruti justificou seus preços alegando que “os produtos que estão à venda na Rotisseria passam por diversas etapas, como higienização, processamento e embalagem, além de contarem com outros ingredientes no preparo e mão de obra especializada”. Assim, a empresa entende que não é possível equiparar os valores com os de produtos não processados.



Veículo: Jornal Extra - RJ


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