Alta de custos leva à expansão da safra de uva em 16% no ano

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                                Boa qualidade da fruta originou 441,8 milhões de litros de sucos, vinhos e derivados; adequação de mudas e melhoria no manejo causaram resultado



Porto Alegre - Na contramão de cultivos que sofreram retração com o aumento dos gastos nesta safra, a produção de uvas precisou expandir em área para que a atividade continuasse viável aos viticultores.

O resultado foi uma colheita 16% maior em volume, em relação a 2014, no Rio Grande do Sul, cujas lavouras correspondem a 90% da fruta utilizada para processamento no País. Os dados foram divulgados ontem (15) durante a XVI Jornada da Viticultura, em Ipê, na Serra Gaúcha, informou o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) em nota.

Nesta temporada, os agricultores gaúchos produziram 702,9 mil toneladas de uva. Deste total, 632,5 mil toneladas são de variedades americanas e híbridas - usadas na elaboração de vinho de mesa e suco - e outras 70,4 mil toneladas de vitis viniferas, destinação a confecção de vinhos finos e espumantes. No ano passado, a safra registrada foi pouco superior a 606 mil toneladas, sendo 540 mil e 66 mil toneladas de norte-americanas/ híbridas e das viníferas.

O presidente da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin, acredita que os custos de produção obrigam os produtores a aumentar o volume para viabilizarem a atividade. O executivo também justifica a safra maior em função do aumento de áreas plantadas, com mudas novas e formas mais adequadas de manejo.

"A cada ano observamos um cuidado maior com a uva que resulta em maior produtividade e também reflete na qualidade do produto final", diz Schiavenin. "Continuamos com problemas como da mão-de-obra, cada vez mais escassa e cara, da sucessão rural, entre outros pontos que precisam ser analisados e colocados na balança quando comemoramos uma safra como esta, que foi boa em volume e qualidade", acrescenta.

Do montante processado, 55% das uvas foram destinadas para a elaboração de sucos e derivados que resultaram em 190,9 milhões de litros. Outros 45% foram usados na elaboração de vinhos e derivados, resultando em 251 milhões de litros, num total de 441,8 milhões de litros de derivados e do vinho nesta safra.

Na lavoura

O presidente do conselho deliberativo do Ibravin, Moacir Mazzarollo, cita alguns aspectos que contribuíram para o resultado. Segundo o dirigente, que é viticultor no município de Veranópolis, na Serra Gaúcha, neste ano a brotação foi mais uniforme e os cachos eram maiores e mais cheios, fatores decisivos para o maior volume.

Mazzarollo pondera que os períodos de chuva alternados com predominância de tempo seco prejudicaram alguns produtores, mas que a perda acabou sendo pequena."Tínhamos uma expectativa de que superaríamos em até 10% a safra anterior, mas o resultado foi melhor do que o esperado", comemora.

O executivo conta que os relatos obtidos junto às cooperativas e demais empresas são de uvas com boa sanidade, cor e graduação dentro da média e até superior aos últimos anos. "Acredito que a redução na espera dos produtores para a entrega nas vinícolas foi fundamental para manter a qualidade da matéria-prima", completa.



Veículo: Jornal DCI


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