Estados Unidos proíbem gordura trans em alimentos

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                                  Indústria do país terá três anos para retirar substância, que é nociva ao coração


 
No Brasil, gordura trans não é proibida, mas acordos entre fabricantes e governo reduziram seus níveis.

A FDA (agência que regula alimentos e medicamentos nos EUA) baniu a gordura trans no país e deu três anos para que a indústria se adeque e retire a substância de alimentos industrializados como margarina, biscoitos, sorvetes e pizzas congeladas.

Segundo determinação da agência, os óleos parcialmente hidrogenados que dão origem à gordura trans não são considerados seguros.

"Essa ação deve reduzir as doenças do coração e prevenir milhares de ataques cardíacos por ano", disse Stephen Ostroff, médico e comissário interino da FDA em comunicado da agência.

A gordura trans aumenta os níveis de colesterol "ruim", reduz os níveis de colesterol "bom" e, por isso, seu consumo é fator de risco para as doenças cardiovasculares.

Em 2013, a FDA já havia anunciado o plano de eliminar a gordura trans e abriu uma consulta pública. De acordo com a agência, a decisão foi tomada com base nas respostas obtidas na consulta e em extensa pesquisa sobre os efeitos dos óleos parcialmente hidrogenados.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, seis países europeus praticamente baniram a gordura ao estabelecer limites bem baixos.

A Dinamarca foi a primeira, em 2003. No país, a gordura trans deve corresponder a 2% do total de gorduras do produto. Áustria, Hungria, Islândia, Noruega e Suíça depois estabeleceram limites semelhantes.

BRASIL

No Brasil, a gordura trans não é proibida. Contudo, acordos fechados entre o Ministério da Saúde e a Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação) têm reduzido os teores de sódio e de gorduras trans na comida industrializada.

Uma meta estabelecida em 2007 limitou a gordura trans a 5% do total de gorduras em alimentos industrializados e a 2% do total de gorduras em óleos e margarinas.

Um estudo feito pela Abia em parceria com o governo federal apontou que 95% das empresas ligadas à entidade alcançaram a meta.

"A decisão americana é acertada. Nosso organismo não precisa de gordura trans. É diferente da gordura saturada, que em excesso faz mal, mas é necessária", diz José Faria, presidente do departamento de aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

As gorduras trans começaram a ser usadas para substituir a gordura saturada de origem animal nos anos 1950. Só que não bastava trocar a banha pelos óleos vegetais, que são líquidos e não dão a mesma crocância e aparência aos alimentos como a gordura animal.

Foram então criados processos de hidrogenação dos óleos que os tornam sólidos em temperatura ambiente e, no fim, dão origem à gordura trans. A alternativa era barata e, à época, pensava-se que também era saudável.

O problema é que os substitutos da gordura trans --como o óleo de palma-- já preocupam a comunidade científica, que pede mais estudos sobre eles. Embora menos nocivos, eles também podem elevar o colesterol e o risco cardiovascular.



Veículo: Jornal Folha de S.Paulo


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