Lojas de R$ 1,99 na região mudam perfil e preços nas prateleiras

Leia em 2min 20s

                       Aumento no custo das mercadorias "made in China" motivaram reajuste no valor dos produtos comercializados


Quem consome no setor de varejo popular sabe: foi-se a época em que estabelecimentos vendiam apenas produtos a R$ 1,99. No ponto da comerciante Mariana Zhao, situado há seis anos no Centro de Santos, artigos com este preço na etiqueta representam menos de 30% do total.

"Temos itens por R$ 1,99 mais para atrair o público. A margem de lucro (nesse caso) fica muito baixa", diz ela frisando que, em média, a maioria do seu estoque é vendida na faixa de R$ 5,00 a 10,00.

Um dos principais fatores para essa mudança foi o aumento no custo das mercadorias "made in China", que tomavam as prateleiras do setor.
No varejo popular, produtos "made in China" deram lugar a utensílios de cozinha e outros itens

"Hoje já temos uma maior oferta de produtos nacionais (no segmento) e passamos a comprá-los porque os custos de importação ficaram caros, por causa (da alta) do dólar. Além disso, piorou a qualidade de alguns produtos (chineses)", explica Mariana.

Com isso, pode-se dizer que esse é um mercado 50% nacional e 50% de importados, segundo Alexandre Torres de Carvalho, diretor da Expo Brasil, responsável pela 31ª Feira 1 A 99, que acontecerá em outubro, na Capital.

Apesar do atual cenário econômico do País, o comerciante Rogério Kong diz que o setor continua atraente para quem está atento a oportunidades, aposta em diversidade de produtos e tem contato com bons fornecedores. “Mas, antes de tudo, é necessário saber escolher um bom ponto, porque a concorrência é grande”.

Diversificação

A alteração na relação custo x lucro para os donos das lojas de R$ 1,99 também diversificou o conteúdo das prateleiras. Hoje, esses locais vendem utensílios domésticos, artigos de cozinha, decoração, itens de beleza e até alimentos.

Resultado: os preços ficaram mais salgados. A Tribuna percorreu lojas no ramo no Centro de Santos e encontrou itens de R$ 1,00 (embalagem de pipoca doce) até R$ 99,00 (malas).

Público

A comerciante Zahra Abdouni diz que muitos de seus clientes fazem parte da compra do mês em sua loja na Rua João Pessoa. "São pessoas humildes que lutam para sobrar um dinheirinho no fim do mês".

Frequentadora dessas lojas, a professora Sandra Farias de Oliveira costuma comprar pedrinhas decorativas, arranjos de flores, folhas em EVA. “Dá pra fazer uma economia de até 35% na compra de itens que utilizo em artesanato. É um dinheiro a mais que sobra”.

Já a dona de casa Meira Santos de Jesus explica que costuma recorrer aos utensílios domésticos no setor porque são mais baratos do que em redes de supermercado. “Tudo bem que a panela não vai durar muito, mas a diferença de preço, vale a pena”.



Veículo: Jornal A Tribuna - Santos/SP


Veja também

Estados Unidos proíbem gordura trans em alimentos

                              ...

Veja mais
Nas farmácias, a receita contra a crise

...

Veja mais
Terceirização

Antonio Delfim NettoA população brasileira tem uma enorme virtude: é extremamente generosa. Por iss...

Veja mais
Mulheres buscam design e desempenho em produtos

Homens estão antenados nos wearables, como os smartwatches   As mulheres estão mais preocupadas do ...

Veja mais
Pesca e aquicultura contação com R$ 2 bi na temporada

Veículo: Valor Econômico...

Veja mais
Cartão com bandeira se torna meio de fidelização no varejo

Inclusão. Com a possibilidade de serem usados em outras lojas, os plásticos co-branded são uma form...

Veja mais
Criada nos anos 50, tradicional bala Juquinha interrompe a produção

A emblemática bala Juquinha, que tem impressa nas embalagens o rosto de um garoto sorridente, deixou de ser produ...

Veja mais
Embrapa lança grupo de caixas para comercialização de hortaliças

Com o objetivo de reduzir as perdas na fase de pós-colheita, a Embrapa vai lançar, no próximo dia 1...

Veja mais
Cultivo de algodão perde força

Preços se tornaram menos atrativos para o produtor, que migrou para outras culturas   O cultivo de algod&a...

Veja mais