Brasil e Arábia Saudita buscam reativar comércio de carne bovina

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Suspensão de embargo ao produto depende de visita do corpo técnico saudita ao País

 

 



A suspensão definitiva do embargo imposto pela Arábia Saudita à carne bovina brasileira só depende agora de visita do corpo técnico daquele país ao Brasil, o que ocorrerá em breve, e posterior assinatura de decreto pelo rei Abdallah. O sinal positivo foi dado no domingo ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, por seu colega de pasta da Arábia Saudita, ministro Fahd bin Abdulrahman Balghunaim, e pelo CEO da Saudi Food and Drug Authority (FDA), Mohammed bin Abdulrahman Al Mishal, autoridade máxima do país para importação de produtos agropecuários. O entendimento vai derrubar um embargo de mais de dois anos, motivado pelo caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) registrado no Brasil em dezembro de 2012.

Para o ministro Neri Geller, a reabertura deste mercado é um avanço no esforço do governo brasileiro de restabelecer o comércio entre os dois países. “A recuperação deste mercado fortalece ainda mais a posição do País como uma referência no atendimento à crescente demanda mundial por alimentos e reforça a confiança do mercado internacional na robustez do nosso sistema de vigilância sanitária animal”, enfatiza Geller, o primeiro ministro da pasta a cumprir uma agenda oficial na Arábia Saudita.

A decisão Saudita é vista como estratégica para a produção de carnes do Brasil, tanto pelo volume, que pode acrescer às vendas do setor, quanto pela possibilidade de abertura imediata de outros mercados do Golfo Pérsico, como Kuwait, Bahrein, Omã, Emirados Árabes Unidos e Catar, ampliando a pauta atual. Em 2012, antes do embargo, o Brasil exportou cerca de US$ 200 milhões (mais de 33 mil toneladas) em carne bovina para a região do Golfo.

De janeiro a outubro deste ano, as vendas do agronegócio do Brasil para o país árabe somam U$$ 1,75 bilhão, com destaque para a carne de frango, com negociações em torno de US$ 1,04 bilhão - o mercado brasileiro é a origem de 75% das importações de frango da Arábia Saudita.  Em segundo e terceiro lugares na lista de maiores embarques estão, respectivamente, o setor sucroalcooleiro, com US$ 377 milhões, e o complexo soja (soja em grãos), com US$ 149 milhões.

Este desempenho reafirma o resultado verificado em 2013 quando as vendas para a Arábia Saudita registraram um total de US$ 2,49 bilhões em produtos agropecuários. A liderança ficou com a carne de frango (US$1,41 bilhão), seguida pelo complexo sucroalcooleiro (US$ 481 milhões). A relação comercial entre os dois países registra também participação expressiva nas vendas de milho, que, em 2013, fecharam em 1,1 mil de tonelada.

Em reunião promovida pelo embaixador brasileiro em Rihad, Flavio Marega, o ministro Geller recebeu o CEO do grupo AKS Saeed Saudi Arabia, Khalid Saleh Almusa, do setor açucareiro saudita, que apresentou projeto de US$ 200 milhões de investimento em uma refinaria a ser construída no país árabe. A intenção do AKS é abastecer esta unidade com a importação de aproximadamente 1 milhão de tonelada anual do produto brasileiro, até 2017.

O grupo é apoiado pelo Fundo de Agricultura Saudita, entidade que financia a iniciativa privada do país árabe na negociação com outros mercados. Geller destacou o potencial de crescimento do setor sucroalcooleiro e se comprometeu na interlocução direta com o segmento para o avanço das negociações. “Este é um investimento que interessa muito ao Brasil e posso garantir, em nome da presidente Dilma Rousseff, que não faltará empenho do nosso governo para que ele seja viabilizado”, garantiu Geller.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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