Hortifruti tem alta de até 144,9% na Ceasa em um ano

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Já a batatinha inglesa e a macaxeira tiveram os preços reduzidos em 37,09% e 36,54%, respectivamente

 



A escassez de chuvas, a redução das reservas hídricas e o compromisso dos produtores com o abastecimento de outros mercados e também com as exportações fizeram disparar os preços dos hortifruti na Ceasa-CE (Centrais de Abastecimento do Ceará S/A). Na primeira quinzena deste mês, produtos básicos e essenciais na mesa do cearense chegaram a quase triplicar de preço, na comparação com igual período de 2013. Foi o caso do tomate. O vilão da inflação na Ceasa encareceu 144,90%, com o custo da caixa de 25 quilos saltando de R$ 19,60, para R$ 48,00, entre outubro de 2013 e 2014.

De acordo com o chefe da Unidade de Informação de Mercado Agrícola da Ceasa-CE, Odálio Girão, na Serra da Ibiapaba, onde se concentra a maior produção de tomate, a área de plantio sofreu redução expressiva em relação a 2013 porque passou a ter bem menos água armazenada. "Com pouca água disponível, o produtor teve que plantar menos até para atender também outras culturas como pimentão, repolho, pepino, abobrinha e batata doce. Então precisamos trazer tomate da Bahia para auxiliar no abastecimento. Isso fez o preço se tornar bem mais elevado", explica.

Outras hortaliças


Segundo ele, a mesma situação se aplica a outras hortaliças, como beterraba, cenoura, chuchu, repolho, vagem, pepino e pimentão. Conforme levantamento da Ceasa-CE, a cenoura contabilizou alta de 80,56%, com o saco de 20 quilos passando a custar R$ 32,50, ante os R$ 18,00 cobrados em outubro de 2013. Já o chuchu ficou 78,26% mais caro, passando de R$ 18,40, para R$ 32,80, o cento.

No caso da cebola pera, que encareceu 91,19% (de R$ 15,90 para R$ 30,40 por saco de 20 kg), o analista da Ceasa explica que o motivo da alta é diferente. "Ela é produzida no Vale do São Francisco e nessa época a quantidade normalmente é reduzida e já escasseou a colheita. Então tivemos que trazer cebola do Rio Grande do Sul e a distância encarece a logística. Sem falar que não importamos o suficiente, porque eles também tem compromisso com o abastecimento de outros estados do Brasil", explica Odálio Girão, segundo quem a alternativa para o Ceará foi importar cebola da Holanda, já que o produto é muito consumido pelos cearenses.

Baixas

Entre os produtos comercializados na Ceasa, que sofreram redução nos preços, se destacam a batatinha inglesa e a macaxeira, com retração de 37,09% e 36,54%, respectivamente. Segundo o analista, a produção de batatinha se concentra em Minas Gerais, no Paraná e em Goiás, que contabilizaram boa produção este ano. Já a macaxeira é produzida na Paraíba, Pernambuco e Alagoas, que estão mantendo essa cultura com irrigação, próximo a áreas de açudes e mais perto do litoral.

Frutas


Dentre as frutas, as maiores altas atingiram a uva e o melão, que encareceram 47,71% e 39,42%, nessa mesma ordem. A caixa de 20 kg da uva Itália, por exemplo, passou de R$ 54,50 para R$ 80,50. "O Nordeste é o segundo maior produtor de uva do País, no Vale do São Francisco, que abastece o mercado nacional e também se destina à exportação. Mas com a falta de água, houve redução na colheita e os preços começaram a aumentar. Estamos importando uva do Chile, Europa e Estados Unidos porque a produção do Rio Grande do sul vai para fabricação de vinho", informa.

No caso do melão amarelo, o preço do quilo passou de um real para R$ 1,45. "A produção de melão se concentra no Ceará e Rio Grande do Norte onde a colheita também foi reduzida. Além das exportações os produtores estão comprometidos com o abastecimento de outros estados fora do Nordeste. Na contramão da carestia, a goiaba liderou a queda nos preços das frutas em outubro, ante igual mês de 2013. O quilo do item baixou de R$ 3,01 para R$ 2,51 - queda de 16,61%. Também reduziram de preço o abacate (-13,93%) e a maçã nacional (-13,48%).




Veículo: Diário do Nordeste


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