Puratos muda estratégia e investe em fábrica em SP

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A fabricante belga de produtos para padarias, confeitarias e chocolaterias Puratos investiu cerca de R$ 60 milhões na construção de uma fábrica de chocolates em Guarulhos (SP), que começa a operar em outubro. A companhia tinha uma unidade que fabricava massa de cacau em 2012, em Linhares (ES), que foi desativada.

A Puratos já tem uma fábrica em Guarulhos, com capacidade para produzir 50 mil toneladas anuais de misturas para pães e bolo, entre outros itens para panificação e confeitaria. Com a nova unidade, a empresa terá fabricação local de 98% do portfólio vendido no Brasil, de 300 produtos.

A fábrica de chocolate terá capacidade instalada para produzir 15 mil toneladas ao ano, volume que o diretor-geral da companhia no Brasil, Alexander Decoster, espera atingir em até cinco anos. Algumas das principais rivais da empresa no segmento são as marcas Garoto e Nestlé (ambas da Nestlé), Harold e Sicao (Barry Callebaut). "Não conseguimos brigar por volume e preço. Nosso foco como empresa de chocolate belga é em qualidade", diz o executivo.

A operação brasileira está entre as dez maiores da Puratos no mundo e fatura R$ 200 milhões. Decoster projeta um avanço de "dois dígitos" este ano. "O único período que atrapalhou um pouco foi a Copa, mas este ano ainda está melhor do que 2013", diz. Ele esteve à frente da subsidiária por 15 anos, até 2006, e voltou ao posto há um ano.

A Puratos vende seus produtos em cem países, opera subsidiárias em 69 desses e fabrica em 43. A receita líquida da fabricante somou € 1,3 bilhão no ano passado - alta de apenas 1% sobre 2012.

A empresa aposta em países como Brasil, China, Rússia e Índia para acelerar seu crescimento. Fundada em 1919, a companhia familiar iniciou sua internacionalização nos anos 70, processo que foi fortalecido na década seguinte. No Brasil, chegou em 1986, com foco em panificação e confeitaria. Apenas nos últimos quatro anos a companhia começou a apostar também no chocolate.

Em 2010, a Puratos chegou a planejar investimento em "chocolate de origem" brasileiro. Em entrevista ao Valor naquele ano, o então diretor-geral da Puratos, Caio Gouvea, disse que planejava concentrar todas as fases de produção, desde o plantio do cacau, no Espírito Santo, para alcançar um produto de melhor qualidade. A ideia não foi concretizada.

Ainda em 2010, a Puratos comprou a fabricante de massa de cacau Floresta do Rio Doce, em Linhares (ES), cuja produção foi interrompida em agosto. Segundo o gerente de marketing da Puratos, João Ribeiro, a companhia tomou essa decisão para colocar o foco em sua principal atividade. "O que houve foi apenas um realinhamento de planos, em que se concluiu que o investimento em Guarulhos fazia mais sentido, tanto no ponto de vista de sinergia com a operação atual como sob o ponto de vista logístico", disse.

A nova unidade vai produzir quatro marcas de chocolate. A Chocolanté e a Cara são globais e destinadas ao público profissional e industrial, enquanto Vito e Nortal são locais e vendidas em lojas de atacado, principalmente para doceiras. A marca Belcolade continua sendo importada da Bélgica.

A produção será destinada, na maior parte, ao mercado brasileiro, mas exportações para os demais países da América do Sul também estão nos planos. Atualmente quase todo o portfólio de chocolates é importado, da Argentina, da Espanha e da Bélgica.

Apesar de números da associação das indústrias de chocolate (Abicab) mostrarem estagnação no mercado nos últimos dois anos, Ribeiro diz que o segmento de alimentação fora do lar continua crescendo cerca de 10% ao ano.



Veículo: Valor Econômico


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