Algodão tem vazio sanitário em Minas

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Medida instituída pelo IMA em quase todo o Estado pretende coibir avanço de pragas na cultura



O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) instituiu o vazio sanitário para o algodão, que será entre os dias 20 de setembro e 20 de novembro. No período, os produtores mineiros deverão manter o campo livre de qualquer exemplar da planta. A medida é considerada fundamental para o controle da infestação do bicudo-do-algodoeiro, principal praga da cultura que causa prejuízos enormes quando presente no campo. Quem descumprir a regra, poderá ser multado em aproximadamente R$ 4 mil.

O bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) é uma espécie de besouro de coloração cinzenta ou castanha, com mandíbulas afiadas utilizadas para perfurar o botão floral e a maçã dos algodoeiros. O inseto se alimenta da estrutura reprodutiva das plantas e o botão atacado cai, prejudicando a produtividade e a qualidade da fibra gerada. A praga é a principal que acomete o algodão e pode inviabilizar o cultivo do produto, quando não combatida. Em Minas Gerais, devido ao vazio sanitário, a praga está bem controlada.

De acordo o gerente de Defesa Sanitária Vegetal do IMA, Nataniel Diniz Nogueira, o vazio é fundamental para que a implantação e o desenvolvimento da safra 2014/15 ocorram normalmente. "O bicudo-do-algodoeiro é uma praga que causa prejuízos significativos, por isso, a instituição do vazio segue com apoio do setor produtivo. No período, é fundamental que os exemplares e os restos da cultura sejam eliminados, o que controla a proliferação da praga", disse Nogueira.

Ao longo do vazio, o IMA realizará fiscalizações constantes. Nas propriedades em que forem encontradas plantas vivas, os responsáveis serão notificados e terão 10 dias para eliminar os exemplares. Caso a eliminação não ocorra será aberto processo administrativo e aplicada multa. A expectativa, com estabelecimento do vazio do algodão, é que as condições de cultivo na próxima safra, 2014/15, sejam favorecidas.

Controle - O objetivo do IMA, em conjunto com a Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), é reduzir ao máximo a incidência da doença nas fazendas produtoras, o que é essencial para diminuir os níveis de perdas, os custos de controle e aumentar a lucratividade.

Ainda segundo Nogueira, em Minas o vazio terá duração de 60 dias. Nesse período somente as 68 propriedades identificadas pela Amipa e que estão abaixo de 600 metros de altitude poderão manter exemplares vivos. A maioria está localizada na região Norte do Estado. As áreas de pesquisa científica e de produção de semente genética, devidamente monitorada e controlada, também estão liberadas do vazio.

"Essas unidades, cadastradas no IMA, poderão manter o cultivo do algodão uma vez que a praga, devido às condições de clima e de altitude, é naturalmente reprimida, não causando danos a produção. Nas demais unidades produtivas, o vazio é obrigatório", explicou Nogueira. A preocupação com o controle de pragas no Estado se deve a importância socioeconômica do algodão.

Em Minas, a produção de algodão é crescente. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2013/14, o Estado colheu 72,5 mil toneladas, incremento de 7,4% frente à safra anterior. No período, a área destinada ao cultivo ficou 4,5% maior, somando 20,9 mil hectares. A produtividade cresceu 2,8%, com o rendimento médio estimado em 3,4 toneladas por hectare. A produção de pluma foi de 28,3 mil toneladas, variação positiva de 7,6%.

O Valor Bruto da Produção (VBP) do algodão foi estimado em R$ 236,5 milhões, valor 44,5% maior que o registrado na safra passada. Em relação aos preços, no acumulado de janeiro a agosto, frente à igual período do ano passado, o aumento foi de 30,9%, com a toneladas avaliada em R$ 3,26 mil.



Veículo: Diário do Comércio - RJ


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