Alpargatas perde lucro, mas venda sobe em julho

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Por Adriana Meyge | De São Paulo



Passada a Copa do Mundo, que resultou em queda no volume de produtos vendidos pela Alpargatas e na rentabilidade da companhia no Brasil, a fabricante das sandálias Havaianas está otimista em relação ao segundo semestre. Em julho, o volume de vendas subiu 29% no país.

A expectativa é encerrar o ano com aumento de 10% a 12% na receita líquida consolidada e margem Ebitda no mesmo nível de 2013. No segundo trimestre, a receita líquida da empresa subiu 5,2%, para R$ 874,3 milhões. No Brasil, a alta foi de apenas 0,4%.

O desempenho fraco no mercado doméstico já era esperado, devido ao menor número de dias úteis durante a Copa do Mundo e ao menor movimento nas lojas. Em junho, as vendas da Alpargatas subiram 8,3% em volume no Brasil, mas em abril e maio houve queda, devido à antecipação do lançamento da coleção, de junho para maio, por causa do evento.

Os maiores gastos com marketing durante o torneio afetaram a rentabilidade da companhia. O câmbio instável também pressionou os resultados da Alpargatas no período. Na Argentina, por exemplo, houve queda de 8,7% na receita líquida em reais, apesar da alta de 30% nas vendas em pesos. No Brasil, o impacto da variação cambial no custo dos produtos importados e da borracha contribuiu para a queda na margem bruta. O quilo da borracha estava 5% mais caro do que um ano antes. Para o segundo semestre, a Alpargatas estima que o custo da borracha, em dólar, continuará estável ante ao segundo trimestre deste ano.

Utsch disse que a crise da dívida na Argentina não afetou até agora os negócios da companhia, pois a Alpargatas fabrica no país. "Estamos ganhando dinheiro", afirmou. A marca de calçados esportivos Topper é líder no país. Para Utsch, pode ocorrer até um efeito positivo, já que diversos concorrentes importam para o país e podem se prejudicar com as barreiras impostas pelo governo.

A nova fábrica da companhia em Montes Claros (MG), inaugurada no fim do ano passado vai ajudar a atender a demanda interna. Em 2013 a Alpargatas tinha limitação da capacidade produtiva. A maturação da unidade fabril também ajudará a margem bruta, diz o diretor financeiro José Roberto Lettiere. A companhia fez ajustes na produção e de controle de gastos na operação argentina que consumiram R$ 6,5 milhões no segundo trimestre. Segundo Lettiere, a reestruturação já trouxe ganhos de receita e lucratividade.

Gastos com a nova fábrica, com uma reestruturação na Argentina e com marketing na Copa contribuíram para uma queda de 67,7% no lucro líquido no segundo trimestre, para R$ 22,8 milhões.

A Alpargatas deve exercer o direito de compra de mais 30% da varejista de moda Osklen nos próximos dois meses, diz Utsch.



Veículo: Valor Econômico


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