Baixo hábito de leitura dificulta as vendas de livros digitais no Brasil

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Fellipe Aquino


Ainda pouco representativo para o mercado editorial, os livros virtuais (e-books) têm despertado a atenção de algumas companhias que passaram a investir no segmento como forma de fidelizar o cliente. Entre as redes está a Livraria Cultura, que há dois anos trouxe para o Brasil o seu leitor digital (e-reader), o Kobo. A expansão, no entanto, ainda esbarra no pouco hábito de leitura do brasileiro.

"Atualmente os livros digitais representam 6% das vendas da companhia. Um número baixo, quando comparado ao mercado editorial norte-americano, onde o valor chega a 25%", disse ao DCI o diretor de negócios digitais da Livraria Cultura, Jonas Ferreira.

De acordo com ele, essa é uma categoria que cresce acima dos dois dígitos, mas que encontra como barreira a falta do hábito de leitura do brasileiro, além dos altos preços dos e-books e e-readers no mercado, já que diferente dos tablets, os aparelhos acabam servindo apenas para leitura. "Os nossos clientes ainda são predominantemente classes A e B, embora a gente perceba uma mudança com o aumento da classe C e chegada da plataforma on-line".

Fruto de uma parceria com a fabricante Kobo, a companhia soma mais de 30 mil títulos em português, além de uma coleção com mais dois milhões de livros em língua estrangeira - segmento com maior número de pedidos. "Somos a empresa com maior variedade de produtos, sendo que lançamentos estão programados até o ano que vem", disse o executivo.

Mesmo com forte tendência de crescimento, ele acredita que os livros físicos ainda serão maioria no mercado, já que a categoria tende a se estabilizar, algo que também aconteceu nos Estados Unidos. "Os títulos impressos não perderam força, o que aconteceu foi uma redução nos preços, que impactou diretamente no faturamento do setor". Com preços até 40% mais baratos, a precificação dos e-books pode mudar de acordo com cada livraria, já que os valores são definidos pelas próprias empresas.

Questionado sobre as mudanças no perfil de consumidor do brasileiro, Ferreira diz acreditar que o público continua sendo o mesmo. "Quem possui o hábito da leitura continua consumindo o livro físico e o digital, está aí para complementar esse mercado", finalizou. Entre as categorias mais procuradas na Livraria Cultura estão os livros de ficção, que são seguidos pelos títulos voltados às profissões e segmento educacional.



Veículo: DCI


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