CVS revê proposta de aquisição no país

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Esfriaram as negociações para a aquisição do controle da DPSP, dona das Drogarias Pacheco e São Paulo, pela americana CVS Caremark. Segundo apurou o Valor, a CVS já teria retirado a proposta da mesa, de cerca de R$ 5 bilhões pelo controle, após dificuldades para que as partes chegassem num acordo quanto ao montante a ser pago pela DPSP, como antecipou ontem o Valor Pro, serviço de informações em tempo real do Valor. Até o momento, segundo uma fonte próxima à rede, as conversas entraram em "banho-maria" por falta de acordo em relação ao valor final da operação.

Segundo fonte ouvida, os controladores entendem que o valor da empresa gira em torno de R$ 7 bilhões a R$ 8 bilhões - a rede soma cerca de 800 lojas e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 345 milhões em 2013. A receita líquida foi de R$ 5,47 bilhões e no ano passado.

Teria pesado de forma contrária a uma evolução mais rápida das conversas a posição da família Barata, fundadora da Drogarias Pacheco, com sede no Rio de Janeiro. O presidente do conselho de administração da DPSP, Samuel Barata, vê o negócio com resistências por considerar que ainda há espaço para ganhos maiores para a rede nos próximos anos - a empresa está em fase de integração de seus negócios -, o que poderia elevar o valor de uma negociação para venda no futuro.

Segundo apurou o Valor, a CVS considerou a hipótese de subir a última proposta de compra para uma soma acima R$ 5 bilhões - esse valor equivale a 14 vezes os R$ 345 milhões de Ebitda em 2013. O montante proposto teria alcançado R$ 6 bilhões.

Nos planos de expansão no Brasil por meio de aquisições, a CVS quer manter os sócios na gestão das redes de drogarias locais, pelo menos por um período de tempo, por causa das particularidades regionais dos negócios. Isso esteve na mesa de negociações com Pacheco e São Paulo.

A DPSP estaria aberta para negociar num patamar de 20 a 25 vezes o valor do Ebitda, ou seja, na faixa dos R$ 8 bilhões. Procuradas, as empresas não se manifestaram.

De certa forma, o recado sobre os limites que a CVS considera para reforçar seu crescimento no país ficaram mais claros semanas atrás.

Em conversa com analistas nos Estados Unidos em maio, Larry Merlo, presidente da CVS, disse que a empresa adotará uma "abordagem disciplinada" em termos financeiros nas análises para expansão no Brasil. A afirmação foi feita após ele ser questionado sobre a evolução da operação brasileira por meio de aquisições.

A DPSP é a segunda maior rede de drogarias do país e a sua aquisição poderia ser o atalho mais rápido para a CVS ocupar uma posição de destaque no varejo de farmácias brasileiro. Com a DPSP e com a operação da rede Onofre, já adquirida em 2013, a CVS passaria a ter apenas 150 lojas a menos que a líder do setor Raia Drogasil.

Como antecipou o Valor em janeiro, a CVS tem buscado novos negócios no Brasil desde 2013. Em junho, a revista "Exame" informou que a CVS ofereceu R$ 4,5 bilhões pela DPSP, que teria contratado o Morgan Stanley para tratar das negociações. O fundo Pátria estaria representando a CVS. Morgan e Pátria não comentam a informação.


Veículo: Valor Econômico


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