Cesta básica sobe mais que inflação

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Peso de alimentos essenciais fez o valor fechar o exercício passado 7,35% mais caro que em 2012


A maior pressão dos preços dos alimentos em 2013 em Belo Horizonte refletiu no aumento do custo da cesta básica da capital mineira, que encerrou o exercício passado com valor 7,35% superior ao observado em 2012. Apesar de o resultado da Capital ter ficado entre os mais baixos das regiões pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), ele ficou 1,21 ponto percentual superior à inflação medida pelo Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas (Ipead/UFMG) em 2013 (6,14%).

"O grande problema é que a alta expressiva ocorreu por parte de alimentos considerados essenciais para a população e que, por este motivo, não podiam ser substituídos no cardápio. A maior concentração dos preços elevados foi observada no início do ano passado e a partir de abril houve uma acomodação, mas não foi suficiente para deixar o custo da cesta básica inferior à inflação no acumulado do exercício", justifica o economista e técnico do escritório do Dieese em Minas, Fernando Duarte.

O valor da cesta alimentar mínima necessária para uma pessoa adulta em Belo Horizonte, conforme o levantamento, encerrou 2013 em R$ 312,25. Neste sentido, Duarte ressalta que para adquirir uma cesta básica na capital mineira, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo - R$ 623,76 após os descontos da parcela referente ao INSS sobre o valor bruto de R$ 678 - precisou trabalhar 100 horas e 52 minutos para garantir o próprio sustento e de sua família, gastando 50,06% do seu rendimento líqüido para adquirir integralmente a cesta básica.

"O salário mínimo não chega a ser suficiente para suprir a alimentação básica da população, mesmo que nos últimos anos o poder de compra do brasileiro tenha aumentado. Para se ter uma ideia, o salário mínimo teve aumento real de cerca de 72% desde 2002", explica.

Em relação à variação dos preços dos alimentos no ano passado, na variação em 12 meses, os produtos com maior elevação no preço médio, em Belo Horizonte, foram a banana (35,98%), a farinha (25,44%), e a batata (17,93%). Os produtos que apresentaram queda mais acentuada em seu preço médio, no período assinalado, foram o óleo (-21,60%), o açúcar (-20,25%) e o feijão (-8,28%).

A pesquisa divulgada ontem apontou ainda que o valor da "ração essencial", necessária para uma pessoa adulta, aumentou nas 18 capitais avaliadas. Nove localidades apresentaram variações acima de 10%, sendo que as maiores elevações foram apuradas em Salvador (16,74%), Natal (14,07%) e Campo Grande (12,38%). As menores oscilações ocorreram em Goiânia (4,37%) e Brasília (4,99%).

Porto Alegre foi a capital onde se apurou, em dezembro, o maior valor para a cesta básica (R$ 329,18), seguida por São Paulo (R$ 327,24) e Vitória (R$ 321,39). Os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 216,78), João Pessoa (R$ 258,81) e Salvador (R$ 265,13).



Veículo: Diário do Comércio - MG


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