Unilever deve antecipar abertura de fábrica em Aguaí

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A Unilever pode antecipar a inauguração de sua décima fábrica no país, prevista para 2015, em Aguaí (SP). "O projeto está adiantado e provavelmente vamos poder abrir no fim de 2014", diz o presidente da companhia, Fernando Fernandez. "Nosso crescimento em volume nos últimos anos foi muito importante e estamos trabalhando perto da capacidade máxima em muitas categorias", afirma o executivo, sobre as unidades fabris em operação.

Enquanto não fica pronta a nova fábrica, projetada para sustentar o aumento da demanda nos próximos 10 a 20 anos, a companhia faz mudanças de curto prazo. "Fazemos investimentos constantes em capacidade, com novas linhas ou melhorias de eficiência", afirma Fernandez. A Unilever vende 700 itens no mercado brasileiro e cerca de 95% da produção é local.

Segundo o executivo, a Unilever cresce este ano em ritmo semelhante ao do ano passado, quando a receita subiu 12,4%, para R$ 13,6 bilhões. A operação brasileira é a segunda maior do grupo anglo-holandês, após os Estados Unidos.

Para Fernandez, o aumento da taxa básica de juros para 10%, na semana passada, não gera um impacto importante nos negócios da Unilever, mas é positivo. "Uma inflação sob controle é uma boa notícia para o consumidor e para uma companhia como a nossa - nos interessa principalmente vender mais em unidades, e não em preços", afirma. Em fevereiro, a empresa reajustou seus preços, mas, ainda assim, o volume está crescendo "significativamente acima" da média histórica da companhia, segundo o executivo,.

Ele atribui parte dessa expansão a lançamentos, como os xampus Tresemmé, os limpadores Cif e Vim e o tempero Meu Frango Assado (com um saco que pode ir ao forno). A Unilever renova de 70% a 80% de seu portfólio ao ano.

Outro fator que contribui para o crescimento da empresa, segundo Fernandez, são os maiores investimentos em publicidade. A Unilever retomou este ano o posto de maior anunciante do país.

Há duas semanas, lançou a campanha institucional "Project Sunlight" em cinco de seus dez maiores mercados: Brasil, Índia, Indonésia, Estados Unidos e Reino Unido. Só no país, a empresa gastou R$ 3 milhões em marketing digital para o início do projeto, que inclui site e vídeos na internet. "É um programa de construção de marca", diz Fernandez. Com apelo emocional, o vídeo "Por que trazer uma criança a este mundo?" traz um discurso otimista sobre o futuro do planeta. A versão legendada em português já conta com mais de 5,8 milhões de visualizações.

A campanha vai relacionar as marcas da companhia à sustentabilidade social e ambiental. "Todas as marcas têm um propósito claro. Omo, com desenvolvimento das crianças; Dove, com autoestima da mulher; Lifebuoy, com higiene para crianças", diz o executivo.

Fernandez afirma que estimular um mundo mais sustentável não é imperativo somente por questões éticas ou morais, mas também porque um mundo mais volátil traz custos para a companhia. "A companhia tem a responsabilidade de adotar práticas que façam com que o negócio seja mais previsível em termos de entrega no longo prazo e que tenhamos recursos suficientes".

A ideia é que, ao longo do tempo, todas as 25 marcas da Unilever no país entrem na campanha. "O objetivo é encapsular todas essas grandes marcas que têm um propósito de sustentabilidade claro, relacionar com a marca Unilever, que é importante em reconhecimento no Brasil, mas para a qual queremos dar essa profundidade de significado", diz Fernandez. A marca Unilever, que em 2014 completa 85 anos no Brasil, é reconhecida por 87% dos brasileiros, segundo pesquisa da Ipsos do fim de 2011.

A rival Procter & Gamble (P&G) - dona de marcas como Gillette, Pantene e Ariel - desembarcou no país há 25 anos e atingiu recentemente o mesmo nível de reconhecimento. A principal arma usada pela concorrente americana são ações com celebridades brasileiras, como Faustão, Luciano Huck e Angélica. A promoção Avião do Faustão foi lançada em 2010 e sua última edição - que começou em setembro e vai até janeiro - sorteia um carro por dia e uma casa por semana.




Veículo: Valor Econômico


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