Crise política e dívida dificultam perspectivas para as reformas

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O desemprego, as dívidas públicas e os desenvolvimentos políticos no Brasil prejudicam as perspectivas para a reforma da Previdência e para o ajuste fiscal, apontou a agência de classificação de risco Fitch, em relatório.

 

"Os riscos negativos para as previsões de crescimento permanecem devido ao ambiente político desafiador e uma agenda de reformas parada. Além disso, a alta taxa de desemprego e dívidas domésticas e do setor privado também devem pesar sobre a recuperação. As incertezas políticas cresceram nas últimas semanas, com acusações de corrupção ligadas ao presidente Michel Temer", aponta a agência, no documento.

 

A aproximação das eleições de 2018 pode reduzir a janela política para as reformas, avalia a Fitch. "A reforma da Previdência é essencial para tornar o teto de gastos públicos aprovado em dezembro efetivo e com credibilidade. A recuperação na confiança do consumidor e dos negócios se mostrou irregular desde o impeachment", verifica.

 

A revisão da meta de inflação no Brasil deve ajudar a ancorar as expectativas de inflação no médio prazo, à medida que o Banco Central ganha credibilidade. De acordo com a agência, isso deve dar apoio ao ajuste fiscal e à recuperação econômica. A Fitch ainda espera que a queda dos juros e o ganho real dos salários deem suporte à recuperação.

 

Previsões

 

Ainda ontem, a presidente mundial do Santander, Ana Botín, afirmou que tem uma perspectiva melhor para o Brasil no cenário atual do que há um ano, a despeito da instabilidade política, piorada com a nova crise deflagrada pelas delações da JBS.

Indicadores como a inflação que está em queda e a melhora da confiança são, conforme a executiva, importantes e evidenciam esse cenário no País.

 

"A situação complicada no Brasil é mais política que econômica. Seguiremos apoiando nossos clientes no Brasil a despeito da situação política do País. Temos apresentado crescimento nos últimos anos no Brasil apesar da situação econômica", afirmou Ana. "Vamos continuar apostando no Brasil como sempre", acrescentou a executiva espanhola.

 

Para ela, a expectativa de crescimento de 0,7% para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano sinaliza ventos ainda melhores para a operação brasileira, que tem apresentado "excelentes resultados".

Sobre o avanço digital, ela disse que o cenário atual exige a reinvenção da atividade bancária e que algumas estruturas físicas passam a não ser mais tão necessárias. Segundo a executiva, o foco do banco Santander é ser uma plataforma aberta de serviços financeiros para todos.

 

Embora tenha deixado passar oportunidades de aquisição que o permitiriam crescer no País, o Santander segue interessado em oportunidades inorgânicas no País, segundo Ana Botín. Entretanto, para passar pelo crivo do grupo, segundo a executiva, o ativo tem de cumprir "rigorosos critérios financeiros".

 

 

Fonte: Estadão Conteúdo

 

 

 


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