Equipe econômica planeja reduzir meta

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A crise política que acertou em cheio o governo do presidente Michel Temer não vai atrapalhar os planos da equipe econômica de reduzir a meta de inflação para 2019, decisão que oficialmente precisa ser tomada neste mês.

 

Ao contrário: a avaliação é de que neste momento os mercados precisam de notícias positivas e que vão ao encontro de maior austeridade do governo na condução da política econômica.

 

"O custo de mudar a meta (de inflação) é muito baixo e os ganhos junto ao mercado, elevados. Principalmente, à luz das incertezas que se avolumam a cada dia", afirmou à Reuters na terça-feira uma fonte da equipe econômica, sob condição de anonimato.

 

Temer é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, entre outros crimes, após delações de executivos do grupo J&F. Com isso, o presidente perdeu força política, que vem alimentando junto a agentes econômicos dúvidas sobre o andamento das reformas, sobretudo da Previdência, no Congresso Nacional.

 

O Conselho Monetário Nacional (CMN) - formado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento, além do presidente do Banco Central - define no final deste mês a meta de inflação para 2019. Desde 2005, o centro do objetivo está em 4,5% pelo IPCA, variando apenas a banda de oscilação, que já foi de 2,5 pontos percentuais e passou a ser de 1,5 ponto para 2017 e o próximo ano.

 

Para a fonte, o centro da meta para este ano pode ser reduzido a 4%, "porque as projeções estão caminhando rápido" para esse nível. "Acho que não faz sentido mudar apenas 0,25 ponto", acrescentou. Mas ir a 4,25% também não está descartado.

 

Segundo pesquisa Focus do BC, que ouve semanalmente uma centena de economistas, as projeções de alta para o indicador em 2019 estão em 4,25%, em 4,37% para 2018 e em 3,71% para 2017.

 

Ontem, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Viana, recebeu economistas no Rio de Janeiro e ouviu deles a defesa para a redução da meta de inflação.

 

Em meio ao cenário econômico ainda bastante frágil e com desemprego elevado, a inflação no Brasil tem perdido força, mesmo com o ciclo de afrouxamento monetário implementado pelo BC desde outubro passado e que já levou a taxa Selic a 10,25% ao ano. Em maio, a IPCA acumulou alta de 3,60% em 12 meses, nível mais fraco desde maio de 2007 quando o índice registrou 3,18% no acumulado.

 

 

Fonte: Reuters

 

 


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