Baixa renda deve ter inflação de 4%

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Projeção da FGV é referente a este ano e menor do que a expectativa de alta de 4,36% para o índice de preços oficial do País; alimentos ajudarão retração



 São Paulo - A inflação para as famílias com renda de até 2,5 salários mínimos deve fechar 2017 abaixo da média geral do País, caso a tendência de desaceleração dos preços dos alimentos se confirme para este ano.

O economista André Braz, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), prevê que a inflação para as famílias de baixa renda, que é medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), tenha uma alta próxima de 4% em 2017, enquanto o mercado financeiro projeta variação positiva de 4,36% para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador de inflação oficial do Brasil.

 Segundo dados divulgados ontem pela FGV, em 12 meses até fevereiro, o IPC-C1 já alcança elevação de 4,11%, variação menor do que a prévia do IPCA do mesmo mês, que aponta alta de 5,02%.

Braz afirma que essa mesma trajetória deve ter continuidade ao longo de 2017, já que os alimentos têm um peso maior no IPC-C1 do que na inflação geral do Brasil.

Ele informa que, enquanto, no primeiro indicador, os alimentos correspondem a 32,5% da renda das famílias, no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da FGV, estes têm participação de 25,8%.

O economista explica que a queda dos preços dos alimentos é a variável que está fazendo o IPC-C1 desacelerar no início deste ano e que, com a expectativa de crescimento da safra agrícola, o indicador deve cair ainda mais até dezembro.

"Se o clima de fato ajudar, os alimentos devem continuar em trajetória de desaceleração, alcançando uma variação muito baixa neste ano, em cerca de 3% em 12 meses, enquanto no ano passado chegou a uma alta de 10%", avalia Braz.

O economista da FGV pondera que as tarifas de transporte de público podem exercer uma pressão de alta no IPC-C1. Isso vai depender do tamanho dos reajustes que serão dados neste ano nas cidades do País. Ele informa que este item corresponde a 5% da renda das famílias no indicador de inflação de baixa renda, enquanto, no IPCA, esse percentual é de 3%.

 

Transporte
Somente no mês de fevereiro, o IPC-C1 teve alta de 0,07%, ante um aumento de 0,54% em janeiro. Seis das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram decréscimo em suas taxas de variação: Alimentação (0,34% para -0,45%), Transportes (2,07% para 0,72%), Educação, Leitura e Recreação (2,74% para 0,67%), Vestuário (-0,14% para -0,37%), Despesas Diversas (0,49% para 0,36%) e Comunicação (0,42% para -0,02%). Nestes grupos, os destaques partiram dos itens: bebidas não alcoólicas (1,63% para -0,58%), tarifa de ônibus urbano (3,42% para 0,90%), cursos formais (10,70% para 0,00%).

Em contrapartida, os grupos: Habitação (0,06% para 0,27%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,23% para 0,32%) apresentaram acréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, destacam-se os itens: tarifa de eletricidade residencial (-0,62% para 0,38%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,27% para 0,26%), respectivamente.

 

Paula Salati

 

Fonte: DCI – São Paulo


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