Avanço da agropecuária e retomada industrial devem puxar o PIB em 2017

Leia em 3min 10s



 
Com a ajuda das safras de grãos e dos cortes na Selic, a melhora da economia já deve acontecer no primeiro trimestre deste ano; projeção para os últimos meses de 2016, entretanto, é de recessão

 

 


São Paulo - Um crescimento considerável da agropecuária e uma leve recuperação da indústria devem puxar o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para cima neste ano, de acordo com projeções de consultorias entrevistadas pelo DCI.
 
Para a GO Associados, esse cenário já deve ser visto no primeiro trimestre de 2017, com uma disparada de 6% da agropecuária e um crescimento de 0,2% da indústria, na comparação com os últimos três meses de 2016 (na margem). O ramo de serviços, entretanto, deve ficar estável no período. Com isso, o PIB total avançaria 0,3% entre janeiro e março.
 
As projeções da GO para o resultado fechado do ano seguem na mesma linha do primeiro trimestre, com aposta de aumento de 6% para o setor primário e alta de 1,2% na produção de manufaturados. Os serviços, mais uma vez, devem ter resultado mais tímido, com avanço de 0,3%. Nesse cenário, o PIB brasileiro teria crescimento de 0,8% em 2017.
 
"A melhora das safras deve puxar o aumento da agropecuária, enquanto que a redução dos juros e a recuperação da confiança devem favorecer a indústria", diz Luiz Fernando Castelli, economista da GO. "Como o consumo das famílias, que está mais ligado ao comércio, deve demorar mais para crescer, o setor de serviços deve ter o pior resultado".
 
As estimativas da Tendências Consultoria são semelhantes. Para o primeiro trimestre deste ano, são esperados números melhores, na margem, para a agropecuária (+0,9%) e indústria (+0,6%) do que para serviços (+0,2%). Com isso, o PIB do primeiro trimestre deve avançar 0,4%.
 
Para o acumulado de 2017, as projeções também são de aumentos para os três setores, com destaque para o impacto da retomada das produções de soja e milho para a economia, aponta Rafael Bacciotti, economista da Tendências.
 
Após a quebra das safras no ano passado, a venda de grãos deve disparar em 2017, puxando a agropecuária (+3%) e ramos da indústria relacionados à produção de alimentos, o que deve resultar em um avanço de 1,5% para o setor de manufaturados, diz Bacciotti.
 
"Partes de outros ramos industriais, como bens da capital, automotivo e extrativo também devem subir no ano", acrescenta o economista.
 
Ainda devem ajudar a atividade econômica os aumentos previstos para exportações (+3,5%) e formação bruta de capital fixo (+2,2%).
 
A fraqueza da demanda, por outro lado, deve conter o resultado de serviços (+0,3%). Com isso, o PIB de 2017 fecharia com alta de 0,7%.

 

 

Alta
O governo também aposta que a recessão deve acabar no primeiro trimestre. Exemplo disso são as declarações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que indicam um crescimento moderado do PIB nos primeiros meses de 2017.
 
As consultorias também enviaram suas projeções para a atividade econômica do quarto trimestre do ano passado, cujo desempenho oficial será divulgado amanhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
 
Para ambas, o período entre outubro e dezembro, assim como os outros três trimestres de 2016, também foi de recessão. A GO vê queda de 0,5% na atividade, na margem, enquanto a Tendências prevê retração de 0,4%. As duas instituições concordam, entretanto, que o PIB acumulado de 2016 termina com baixa de 3,5%.
 
Nos esboços da GO, são estimadas diminuições, no quarto trimestre, para serviços (-0,5%) e indústria (-1%) e expansão para agropecuária (+1,5%).
 
A Tendências segue direção semelhante, com aposta de queda para serviços (-0,5%) e indústria (-0,9%) e alta para agropecuária (+1%). Também chamam atenção as projeções desta última consultoria para investimento e exportações nos três meses finais de 2016. São esperados recuos de 11,5% e de 2,5%, respectivamente.
 
Renato Ghelfi
 
Fonte: DCI - São Paulo


Veja também

Inflação da baixa renda recua em fevereiro, diz FGV

  Com esse resultado, o indicador acumula alta de 0,61%, no ano e, 4,11%, nos últimos 12 meses.  ...

Veja mais
Intenção de consumo na cidade de SP melhora em fevereiro pelo 8º mês, diz FecomercioSP

Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) alcançou 77,6 pontos no mês pa...

Veja mais
Grandes marcas lucram menos, mas já vislumbram o pós-crise

 Cenário. Apesar das varejistas de moda de capital aberto terem visto retração no lucro l&iacu...

Veja mais
Confiança de empresários do comércio paulistano recua em fevereiro ante janeiro, diz FecomercioSP

SÃO PAULO - A confiança dos empresários do setor de comércio no município de Sã...

Veja mais
Venda em bares e restaurantes encolhe 8,5%

Resultado de janeiro, na comparação anual, é reflexo de uma mudança no hábito do cons...

Veja mais
Vendas no varejo em São Paulo recuaram 7,2% em fevereiro

São Paulo - As vendas no varejo na cidade de São Paulo apresentaram recuo de 7,2% em fevereiro na compara&...

Veja mais
Confiança do lojista cai mais uma vez

São Paulo - A confiança dos empresários do setor de comércio no município de Sã...

Veja mais
Resistência ao ajuste fiscal deve ser obstáculo para redução da taxa Selic

Governo deve enfrentar forte oposição para aprovar a reforma da Previdência no Legislativo; ela &eac...

Veja mais
Para proteger a rentabilidade, lojistas virtuais reduzem oferta de frete grátis

Se em 2011 o percentual de vendas com a entrega grátis era de 66%, em 2016 o número caiu para 39%; para os...

Veja mais