Vendas em Minas caíram 1,6% no ano passado, aponta IBGE

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Retração em dezembro atingiu 2,8% no Estado



O comércio varejista em Minas apresentou queda 1,6% no volume de vendas, no acumulado de 2016, segundo levantamento divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No comparativo entre dezembro de 2016 com o mês anterior, houve queda de 1,4%. Já em relação a dezembro de 2015, a redução foi de 2,8%, ficando 8,2% abaixo do ponto máximo, registrado em novembro de 2014.

De acordo com o IBGE, os resultados evidenciam a manutenção da perda de dinamismo da atividade, embora o desempenho do comércio mineiro tenha mostrado certa estabilidade nos últimos meses.

Segundo Cláudia Pinelli, analista de pesquisa do IBGE, os números mostram um quadro já esperado. ?Diversas associações de comércio já haviam divulgado que dezembro havia sido um mês de vendas ruins?, disse. Ainda de acordo com Cláudia Pinelli, restrições orçamentárias das famílias e de crédito e as retrações no mercado de trabalho influenciam nesse resultado do comércio.

Ela informou que ainda não é possível definir um cenário para o setor, sendo necessário esperar os próximos indicadores. ?A questão principal é o retorno da demanda das famílias, que depende de fatores como recuperação do mercado de trabalho e o aumento do crédito?, explicou.

Em Minas, entre as dez atividades investigadas, sete apresentaram queda e três tiveram aumento, no acumulado de 12 meses.

As que tiveram as maiores quedas foram tecidos, vestuário e calçados (-14,7%); material de construção (-12,2%); livros, jornais revistas e papelaria (-12%); veículos, motocicletas, partes e peças (-11,4%). Esses setores foram seguidos por móveis e eletrodomésticos (-7,7%); combustíveis e lubrificantes (-3,4); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,6).

?A indústria automobilística e da construção vêm apresentando quedas consecutivas, o que aparece nesses resultados?, ressalta Cláudia.

Já os que apresentaram resultados positivos são artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria, e cosméticos (4,1%); equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (8,9%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (8,7%).

Segundo o IBGE, observa-se que algumas atividades apresentam, em Minas, resultados negativos por longos períodos, destacando-se tecidos, vestuário e calçados, móveis, livros, jornais, revistas e papelaria, todas com redução desde abril de 2014, ou seja, 33 meses; veículos, motocicletas, partes e peças (desde novembro de 2013, 38 meses) e material de construção, desde janeiro de 2015, 24 meses.

Antecipação - Quanto ao mês de dezembro ? quando tradicionalmente as vendas aumentam devido ao Natal ? ter registrado queda em relação a novembro, Cláudia explica que essa é uma tendência gerada pela promoção Black Friday. ?Muitas pessoas antecipam suas compras de Natal por causa da Black Friday, impactando nesse resultado?, diz.

No varejo ampliado, que agrega também as atividades de veículos, motos, partes e peças e material de construção, a queda no estado foi de 6,7% comparando dezembro de 2016 com o mesmo mês do ano anterior.

Minas é o 9º estado com o melhor desempenho, no comparativo dezembro de 2016 com o mês anterior, ficando atrás do Amazonas, o único com crescimento, mesmo que pequeno, de 0,1%; Tocantins (-0,1%); Piauí (-0,6%); Paraná (-0,7%); Sergipe (-0,8%), Ceará (-0,9); Maranhão (-1,2) e Acre (-1,3%).


Ana Amélia Hamdan

Fonte: Diário do Comércio de Minas


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