Lei estabelece incentivos para o setor na região
A cidade mineira de Nova Serrana representa agora, oficialmente, o principal polo calçadista do Estado. Na última sexta-feira, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, sancionou a Lei 22.451, instituindo o Polo de Calçados na Microrregião de Divinópolis, no Centro-Oeste, e definiu o município como sua sede. Na prática, a medida tem como objetivo promover o desenvolvimento da indústria local por meio de incentivos como a destinação de recursos específicos para o aprimoramento da produção regional, tratamento tributário diferenciado e até mesmo o fomento à criação de linhas de crédito especiais. Além de Nova Serrana, o polo vai abranger outros 12 municípios mineiros. São eles: Perdigão, Araújos, São Gonçalo do Pará, Bom Despacho, Conceição do Pará, Divinópolis, Igaratinga, Leandro Ferreira, Onça do Pitangui, Pará de Minas, Pitangui e Oliveira. Presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana (Sindinova), Pedro Gomes avaliou a lei como positiva e acredita que ela facilitará a expansão do setor.
“Ela vai melhorar nossa visibilidade como polo, resultando em mais atração de investimentos, e contribuir para integrar esse polo. Isso vai fortalecer muito o setor em termos de ações em prol das necessidades da indústria de calçados da região”, frisou Gomes. Hoje, o Sindinova representa 1.200 indústrias na região, sendo 830 delas só em Nova Serrana. Os objetivos do governo com a criação do polo são o fortalecimento da cadeia produtiva calçadista, o incentivo à produção e comercialização de calçados, a promoção do desenvolvimento e divulgação de tecnologias voltadas ao setor e a geração de empregos. A lei também estabelece algumas diretrizes que deverão ser seguidas pelo Estado para o estímulo ao desenvolvimento sustentável do polo.
Dentre elas, o secretário de desenvolvimento econômico sustentável de Divinópolis, Paulo César dos Santos, destaca a possibilidade de um tratamento tributário diferenciado e a implantação de um sistema de informação de mercado interligado entre os diversos órgãos envolvidos. Para ele, se executadas, essas medidas trarão um grande benefício ao setor. O dirigente, no entanto, avalia que a criação do polo não representa a solução de todos os problemas da indústria calçadista. “É uma ação bastante positiva, apesar de vivermos uma época de depressão econômica. É uma tentativa do governo que acredito que contribui. Não é a salvação, mas penso que vai contribuir de alguma maneira para que o segmento seja fortalecido”, analisa Santos.
Produtividade - O presidente do Sindinova explica que hoje o maior desafio do setor calçadista, comum a outros ramos da indústria, é a produtividade. Em função da crise econômica, a produção industrial nacional tem apresentado níveis muito baixos. Apesar do contexto desfavorável, Gomes afirma que o segundo semestre de 2016 foi muito bom para o setor na região e dá um novo ânimo para o próximo ano.
“Era um ano que estávamos preocupados com a situação. Mas isso não significa dizer que as empresas recuperaram. O que aconteceu é que houve, do meio do ano para cá, uma produtividade significativa”, disse. Neste ano, o dirigente acredita que o desempenho da indústria calçadista de Nova Serrana deve ser semelhante ao de 2015.
Fonte: Diário do Comércio de Minas