Fábricas de refrigerantes amargam perdas

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A menos de um mês para o fim do inverno, os fabricantes mineiros de sucos e refrigerantes "torcem" contra o tempo, ao amargar perdas de até 30% nas vendas durante a estação mais fria do ano. Nem mesmo a diversificação da linha de produtos é suficiente para evitar as perdas registradas pelo setor nesta época do ano, apontam as empresas.

 

De acordo com o gerente de vendas da Mate Couro, Lazio Divino Pinto, as condições climáticas influenciam diretamente nos negócios. "Neste inverno, as vendas ficaram abaixo do previsto, com recuo de 3% a 5% com relação ao mesmo período no ano passado", afirma. Ele ressalta que agosto, geralmente um bom mês para as vendas, neste ano, com as baixas temperaturas, teve resultado atípico. "Este ano fez muito frio em agosto", afirma.

 

Soma-se a isso, acrescenta Lazio, a questão tributária, que também é um entrave para a indústria de bebidas frias. "A carga tributária tem um impacto muito grande sobre a cadeia produtiva", critica ele. Apesar disso, Lazio espera um crescimento do setor no segundo semestre. "No primeiro semestre tivemos retração de 5% em relação ao mesmo período no ano passado e esperamos uma recuperação na segunda metade do ano", revela. A previsão está escorada na perspectiva de melhora do mercado nos próximos meses. "Em setembro, as vendas devem melhorar com a entrada do clima mais quente", justifica.

 

Expectativa - O supervisor de vendas do Kbf Refrigerantes, em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, Ricardo Duarte, confirma a redução no consumo de bebidas frias nesta época do ano. "Com o consumo mais moderado, tivemos uma redução de 30% nas vendas na comparação com o ano passado", lamentou. Segundo ele, a expectativa da empresa é de retomada das vendas à medida que as temperaturas subirem, com a chegada da primavera. "Para setembro, nossa expectativa é de um avanço de 20% nas vendas em relação a agosto", afirma. Duarte destaca ainda uma vantagem do mercado de atuação da Kbf. "Estamos em uma região muito quente, o que também deve contribuir para um aumento do consumo do nosso produto", explica.

 

Mix - Na Del Rey Refrigerantes, as vendas da fabricante sofrem redução entre 10% e 12% no inverno, conforme a gerente de marketing da empresa, Tatiana Ferreira. Segundo ela, a empresa busca compensar as perdas com a aposta em outros itens do sua linha de produção. "Nosso mix de produtos complementa as perdas que temos no setor de refrigerantes", garante ela, ao relatar que o incremento nas vendas de bebidas quentes ajuda a impulsionar a receita da empresa no período.

 

Segundo Tatiana, no inverno esses produtos passam a vender mais. "Sangrias, vinhos, vodka e conhaque tiveram um crescimento de vendas de 40% de maio para junho e de 60% de junho para julho, em comparação aos mesmos meses de 2011", comemora. As bebidas quentes, são as grandes recuperadoras da receita da empresa na temporada de frio intenso, como explica Tatiana Ferreira. "O mercado de bebidas frias retrai mesmo no inverno", afirma. (FR)

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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