Lojistas apostam em compra sem sair do carro para crescer

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O drive thru, sistema utilizado para compra de alimentos em diversas redes de fast-food, começa a chegar a outros segmentos do varejo. Players do setor supermercadista, de material de construção e até padarias utilizam o sistema como forma de aumentar o número de clientes e por consequência suas vendas.

O caso mais recente e que chama atenção pela complexidade da operação é o da francesa Leroy Merlin. Com o intuito de dar ao consumidor o mesmo tratamento que ele recebe em uma loja de bairro, a varejista de material de construção inaugurou o seu quarto drive thru na loja de Interlagos com investimento de R$ 2 milhões no novo canal de venda. "O consumidor não precisa sair do carro para fazer a suas compras. Ao passar pelos setores, os colaboradores o ajuda com os pedidos e a carregar o carro ou caminhão. Ao fazer todo o circuito o consumidor passa no caixa, paga as suas compras com praticidade", explicou o diretor da unidade Erimar Bergamo.

Bergamo explicou que no drive thru - que possui 1.500 metros quadrados de área de venda - o consumidor e pequenos construtores encontram estoque suficiente para atender na construção de cinco casas de 50 metros quadrados.

O diretor de marketing da Leroy Merlin, Marco Gala, afirmou que toda a estrutura montada foi feita com a ajuda dos consumidores assíduos da rede. "Desde 2010 temos o Projeto Visão que pretende ter identificado o modelo de loja mais adequado para 2020. Nele, clientes e colaboradores opinam e ajudam a tornar a nossa loja melhor", explicou o executivo. Um exemplo destacado pelos executivos da varejista foi em relação a extinção, no caso da operação de Interlagos, do espaço reservado para a retirada de mercadorias.

"Os clientes afirmaram que a retirada das compras maiores era muito burocrática. Após isso, tiramos esse 'setor' da loja", explicou Gala. Boa parte dos estoques foi para dentro da loja e os materiais mais pesados são entregues partindo dos centros de distribuição da Leroy Merlin.

Com 31 lojas e perspectiva de mais duas em 2014, pois segundo Gala a rede só anuncia novas operações quando todos os processos para a abertura estejam 100% confirmados, pretende levar o sistema para praticamente todas as lojas da rede em quatro anos.

A efetividade da nova ferramenta de venda, segundo Marco Gala é medida pelo número de clientes, em especiais os profissionais - pedreiros, construtores, e afins - que procuram o sistema para otimizar o tempo da obra. "Na loja da Raposo Tavares, por exemplo, dobramos o número de clientes profissionais que compram na loja desde a instalação do drive thru."

Quem também teve como ponto de partida um drive thru para operar foi a Pão to Go. Fundada há oito meses pelo empresário Tom Ricetti, ele tem como principal objetivo vender o famoso pão francês e demais artigos de padaria em até 30 segundos. "Tive a ideia de montar o sistema após uma má experiência para comprar pão em um final de ano", diz.

Ricetti afirmou ainda ter demorado uma hora e meia para fazer a compra em sua cidade Natal, Ribeirão Preto e resolveu criar o sistema na região.

O funcionamento é simples, com uma loja de poucos metros quadrados, o cliente entra com o seu carro, faz seu pedido em um painel de touchscreen. Depois de computados, o funcionário já separa os produtos e assim que chega ao caixa, os recebe. Ricetti explicou que a Pão to Go oferece 30 produtos diferentes ao consumidor, mas que isso será ampliado para 100 em breve. "Trabalhamos com parceria de marcas. A gente não vendia sorvete, agora fechamos com a Kibon para oferecer isso. Bolos também vão entrar em nossa lista de produtos."

Hoje a Pão to Go tem hoje oito lojas abertas e mais 69 contratos firmados e em fase de construção, pois a rede entrou no mercado direto como franquia, pulverizar a marca tornou-se mais fácil. Para este ano, a Pão to Go pretende fechar com faturamento de R$ 3,8 milhões. Para 2014, a perspectiva do empresário é faturar R$ 40 milhões com a marca.

Questionado sobre a aceitação do modelo de negócio, Tom Ricetti afirmou que em Ribeirão Preto foi fácil, pois o consumidor é mais adepto a novidade, já em outros lugares houve um pouco de incerteza em comprar por um drive thru. "Em Uberlândia [MG] sentimos um pouco mais de dificuldade, pois o consumidor é muito tradicional", explicou.

Um dos pioneiros em sistema de drive thru é o Grupo Pão de Açúcar (GPA). A mais recente iniciativa da rede foi o serviço que permite que o consumidor compre produtos on-line e retire em lojas. O sistema foi ampliado para a bandeira Extra e para o segmento de alimentos. Desde setembro, as lojas Anhanguera e Ricardo Jafet oferecem a Retira em Loja para itens leves - smartphones e livros.



Veículo: DCI


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