São Paulo - O uso de tecnologias no comércio tem crescido de forma significativa. Hoje elas são vistas pelos empresários como ferramentas efetivas para a redução de custos, o engajamento de funcionários e a alavancagem das vendas.
Outro ponto de destaque no uso de aplicativos, softwares e até máquinas de autoatendimento está em trazer mais comodidade ao consumidor. "Muitos não procuram interação com as pessoas e querem resolver tudo sozinhos", explicou o diretor comercial da Perto, empresa especializada em automação comercial, André Figueiredo.
Hoje, a Perto afirma ser uma das principais fornecedoras de caixas de autoatendimento (PayStation) para pagamento de estacionamento em shopping centers e, mais do que trazer comodidade ao cliente do empreendimento, a empresa garante que ter um equipamento desses permite gerar redução de custos com mão de obra e com infraestrutura.
"Por funcionar todos os dias, o shopping tem custo com turnos de funcionários e folguistas, isso sem contar no investimento em móveis para montagem das cabines de atendimento. Com o caixa automático o valor é muito menor e o retorno vem em um ano, em média."
A empresa acabou de fechar novo negócio com a Multiplan, que adquiriu 111 equipamentos. Estes serão distribuídos em 17 shoppings da administradora em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília, Jundiaí, Ribeirão Preto e São Caetano do Sul. Outra rede que usa a tecnologia é a BrMalls - conta com mais de 200 unidades em 40 centros comerciais.
Figueiredo afirmou que por se tratar de um equipamento que aceita pagamentos com cartões, cédulas e moedas, o PayStation também é capaz de minimizar perdas com fraudes. "Por não ser necessário o armazenamento de muito dinheiro, só o suficiente para o troco, ela é menos suscetível à fraude na comparação com uma máquina operada por um profissional. Um funcionário mal-intencionado pode trazer prejuízos", disse.
A empresa projeta ainda atuar em alguns supermercados que cobram pelo estacionamento, além de aeroportos e hospitais. "Tem muita oportunidade para crescer."
Engajamento
Monitorar em tempo real o desempenho de vendedores, das vendas e identificar os pontos falhos da operação para reduzir custos é o que promete o aplicativo Casting, desenvolvido pela empresa Ser.
"A plataforma é capaz de promover uma adaptação da operação gerando eficiência", explicou o diretor-geral da Casting, Rogério Bulhões.
Com acesso pelo celular ou pelo tablet, a ferramenta mostrou eficácia em uma rede que tem 15 lojas e mais de 100 funcionários. "A taxa de conversão cresceu pouco mais de 3% e o tíquete médio de vendas em 1%", disse o empresário. Mais do que gerir o fluxo de caixa das lojas, o aplicativo ainda promete ser eficaz para treinamentos de funcionários por meio de videoaulas.
"Os colaboradores também têm acesso a dados que identificam a sua produtividade. Em uma operação de cosméticos, por exemplo, eles podem acessar os dados pelo celular ou pelo sistema da loja ver a categoria que as vendas não estão boas e se sentirem necessidade, assistir a um vídeo que ajudará a alavancar as vendas", afirmou Bulhões.
O aplicativo também é efetivo no processo seletivo de colaboradores. Ele anuncia a vaga e seleciona os candidatos baseados nas necessidades da operação, o que diminui o tempo para contratar ou substituir um colaborador. "O processo de contratação leva, em média, três meses. Com o filtro da ferramenta caiu para dois."
Promoções
O aumento de ações promocionais no varejo é reflexo de estoques altos e menor demanda de consumo. Por mais que se façam liquidações, as vezes elas não trazem o retorno financeiro esperado pelo varejista. Para entender os erros e identificar os acertos em ações de marketing e promocionais que a brasileira IDXP Analytics criou a ferramenta PromoPower. "Conseguimos verificar qual foi o comportamento do consumidor no momento em que ele é exposto ao produto que está em promoção", afirmou ao DCI o CEO da empresa, Gustavo Lemos.
Segundo o executivo, o PromoPower identifica ainda a conversão real das vendas dos produtos promocionados. "Ele identifica se a conversão foi boa ou não, qual foi o engajamento do consumidor e ajuda traçar novos pontos de ataque aos varejistas", explicou.
A ferramenta está sendo utilizada pela Drogaria Araujo, rede de Curitiba (PR). "Nós atendemos ainda a outros players como o Carrefour e o Walmart, por exemplo", disse Lemos. E completou: "Os dados ajudam tanto os varejistas quanto as indústrias".
Veículo: Jornal DCI