Supermercados mineiros aderem à máquina Catamoeda

Leia em 3min 30s

A falta de moedas em circulação representa um problema para vários estabelecimentos varejistas, principalmente quando é necessário voltar troco aos clientes. Com o objetivo de solucionar o impasse, alguns supermercados mineiros começaram a aderir à máquina Catamoeda, solução desenvolvida por empresa homônima, com sede em Santa Catarina. A ideia funciona da seguinte maneira: o consumidor deposita nela as moedas acumuladas, seja em casa ou na carteira, mas desde que juntas elas somem um valor mínimo de R$ 10. A máquina só não aceita a moeda de R$ 0,01. As demais ela contabiliza e descarta o que for estrangeiro, falsificado, ou tipos fora de circulação.

Todas elas são separadas, de acordo com o valor, em tubos, o que facilita a gestão do varejista. Em troca, a máquina devolve, conforme a preferência do consumidor, o mesmo valor depositado em cédulas ou vale-compras com bônus válidos nos estabelecimentos onde o equipado está instalado.

A rede Super Nosso instalou a máquina há algumas semanas na unidade do bairro Funcionários, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Embora a maioria das compras, 70%, seja paga com cartão de débito, crédito ou alimentação, a gerente de Marketing, Maida Sales, informa que a rede consegue trocar nos bancos somente 25% do total de moedas que precisa.

Ela explica que, além de solucionar os transtornos ocasionalmente provocados pela escassez de moedas, a máquina pode ajudar a atrair novos clientes interessados em aproveitar os vale-compras com bônus de 3% oferecidos pelo supermercado. Contudo, como se trata de uma ação recente, por enquanto não é possível mensurar em quanto o movimento poderá aumentar devido à presença do Catamoeda.

Ampliação - A empresa pretende estender a ideia às demais operações da rede, mas antes vai avaliar o desempenho e aceitação dos consumidores da loja do Funcionários. O gerente da unidade, Robson Bertolini, observa que as perspectivas são positivas. "Ela está estrategicamente posicionada, logo na entrada da loja. Como ela é fácil de ser vista, muitos clientes já se interessam em saber o que é como funciona", avalia ele.

O Supermercado Farid, com uma loja em Itabirito (região Central), é outra adepta no Estado. A máquina está presente no estabelecimento desde dezembro e, na visão da gerente de Marketing, Laryssa Pedrosa, ajuda a aliviar o sufoco dos caixas, que comumente precisavam recorrer aos comerciantes vizinhos para trocar dinheiro e retornar o troco ao cliente.

Laryssa Pedrosa explica que a falta de moedas é um problema ainda maior no interior, onde grande parte dos clientes opta pelo pagamento em dinheiro. "Para estimular o uso da máquina, oferecemos um bônus de 4%. Os resultados atenderam às nossas expectativas, mas por enquanto não pretendemos adquirir outras máquinas", diz.

A empresa responsável pela criação da solução é a catarinense Catamoeda. As atividades dela começaram em outubro de 2013 e a sua atuação em Minas Gerais teve início no ano passado. Em 2014, com 43 máquinas instaladas em seis estados do país, foram depositados R$ 2.392.174,50 em moedas. O desempenho em 2015 até agora indica que este valor deverá ser facilmente ultrapassado. Isso porque, até agora, já foram depositados R$ 1.964.702,50 em moedas nas 54 máquinas instaladas em oito unidades da federação.

Escassez - O Banco Central do Brasil (BCB) informou, em nota, que em 2014 disponibilizou 1.036 milhões de unidades de novas moedas, atingindo 116 moedas por habitante, 23,1 bilhões de unidades em circulação, ou R$ 5,7 bilhões em valor. Isso corresponde a uma disponibilidade per capita de R$ 28 em moedas. Em 2015, até meados de março, já foram disponibilizados 134 milhões de unidades adicionais de novas moedas.

O texto ainda diz que, embora a produção de numerário, desde 2010, tenha sido impactada por necessidade de redução da despesa pública no âmbito federal, o BCB tem administrado os estoques disponíveis com a finalidade de atender às demandas em âmbito nacional.

O BCB também lembrou que supre moedas por intermédio de bancos comerciais e ressaltou que não é a única fonte de moedas, uma vez que os bancos e comércios podem captar depósitos em moedas junto aos seus clientes, que então poderão ser disponibilizadas para recirculação.



Veículo: Diário do Comércio - MG


Veja também

Cobrança por sacolas confunde consumidores

  Veículo: DCI...

Veja mais
Comércio ainda não segue lei da sacolinha

Farmácias, açougues e padarias ainda distribuem embalagens comuns, o que é proibido em SP desde dom...

Veja mais
No 1º dia de sacolinha reciclável, consumidor leva a compra solta

Em 5 mercados visitados pela Folha, maioria queria evitar custo de até R$ 0,10 por sacolaAlgumas lojas vão...

Veja mais
Mart Minas amplia atuação no mercado do Triângulo

A rede de supermercados investe R$ 14 mi em nova unidade em Uberaba   O Mart Minas Atacado e Varejo, com sede em ...

Veja mais
Às voltas com vendas fracas, Wal-Mart espreme ainda mais seus fornecedores

    Veículo: Valor Econômico...

Veja mais
Supermercados oferecem opções atrativas

    Veículo: Diário do Grande ABC...

Veja mais
Vendas no varejo paulistano caíram 3,3% no 1º trimestre, diz ACSP

As vendas no varejo paulistano registraram queda de 3,3%, em média, no primeiro trimestre do ano na compara&ccedi...

Veja mais
Carrefour retoma a liderança no varejo de alimentos no País

Veículo: O Estado de S. Paulo...

Veja mais
Walmart cria campanhas para fornecedores

Veículo: Brasil Econômico...

Veja mais