Comércio ainda não segue lei da sacolinha

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Farmácias, açougues e padarias ainda distribuem embalagens comuns, o que é proibido em SP desde domingo
Associação diz que falta informação para lojas menores; prefeitura não informa quantos fiscais vão atuar

 




As novas regras para a distribuição de sacolinhas nos supermercados da capital paulista, que começaram a valer neste domingo (5), já foram absorvidas por grandes supermercados, mas ainda não tiveram adesão total de estabelecimentos como farmácias, padarias e açougues. Os pontos comerciais da cidade estão proibidos de distribuir sacolas plásticas brancas tradicionais e autorizados a oferecer o novo modelo padronizado, verde ou cinza, que traz impressas as instruções sobre o descarte.

Alencar Burti, presidente da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), diz que a maior dificuldade de adequação ocorre entre os estabelecimentos de menor porte.

FALTA INFORMAÇÃO

"Eles não sabem nem onde comprar essa nova sacola. Falta informação, e estamos preocupados com as multas que a prefeitura vai aplicar." Procurada, a prefeitura não informou quantos fiscais tem para acompanhar a aplicação das novas regras e afirmou que não tem intenção de "criar indústria de multas ou clima de perseguição".

A padaria Bella Paulista, próxima à avenida Paulista, só começou a distribuir as novas sacolas nesta segunda-feira (6). Segundo a gerente Patrícia Oliveira, "ainda tem pouco fornecedor para esse tipo de sacola". Na padaria Pão de Ló, na mesma região, o gerente Luciano Primo diz que já tinha a nova sacola no estoque, mas os caixas ainda davam as brancas. "Por enquanto, a fiscalização está focando os supermercados maiores. Ainda não temos dia para distribuir a nova sacola."

Na Aclimação, responsáveis pela papelaria Kalunga disseram que as novas sacolas só estarão disponíveis a partir desta terça (7) e ofereciam caixas aos clientes. Miguel Bahiense, presidente da Plastivida, que representa a cadeia do plástico, diz que a indústria está preparada para fornecer. "Não há falta de matéria-prima."

Até a conclusão desta edição, nem as associações de varejo nem a prefeitura tinham dados estatísticos sobre os primeiros dois dias de vigência das novas regras.

COBRANÇA

Para Bahiense, o principal ponto que pode determinar o sucesso ou o fracasso do projeto é a decisão anunciada por grandes supermercados de cobrar pelas novas sacolas. Em redes como Extra, Walmart e Carrefour, cada unidade custará R$ 0,08.

"Se o supermercado resolve cobrar, está fazendo cobrança em duplicidade. O consumidor sabe que esse é um custo já repassado aos produtos e sinaliza que não vai comprar a nova sacola."

Redes de supermercados afirmaram à reportagem que não estão se beneficiando de lucro. A questão da cobrança pelas sacolinhas embute uma disputa entre indústria, que preferia vê-las sendo distribuídas gratuitamente em quantidade livre, e o varejo, que sempre se incomodou com o custo que a distribuição gratuita de embalagens gerava ao negócio. (JOANA CUNHA E ALAN SANTIAGO)




Veículo: Folha de S. Paulo


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