Varejo deve ficar estável em setembro

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O comércio brasileiro passa por um período de acomodação, após a intensa expansão registrada em meados deste ano, afirmam economistas. O desempenho em setembro do varejo restrito, que não inclui os segmentos de automóveis e materiais de construção, foi muito semelhante ao visto em agosto, rodando próximo da estabilidade, argumentam. A média das estimativas de 11 consultorias e instituições financeiras consultadas pelo Valor Data aponta elevação de 0,3% nas vendas do varejo restrito em setembro, na comparação com o mês anterior, feitos os ajustes sazonais. As projeções variam de retração de 0,1% a avanço de 0,8%, sendo que cinco delas se situam entre -0,1% e 0,1%. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga hoje a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) referente a setembro de 2012.

Para Luis Fernando Pereira Azevedo, economista do Banco Fator, a perspectiva de moderação no crescimento das vendas do comércio, após avanços mensais acima de 1% em junho e julho, embute o endividamento ainda alto dos brasileiros. O último dado disponível do Banco Central, de agosto, mostra que 22,4% da renda mensal das famílias está comprometida com dívidas - maior percentual da série histórica, iniciada em 2005.

"Não há dinheiro para tudo. As pessoas precisam escolher o que consumir", ressalta Azevedo. "Se optam por comprar um carro, provavelmente adiarão a compra de um móvel ou eletrodoméstico".

Alimentos e roupas, de acordo com o economista, tendem a sofrer impacto menor devido às necessidades do dia a dia, segundo Azevedo, que destaca o crescimento de 1,5% nas vendas dos supermercados mostrado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) entre agosto e setembro, após os ajustes sazonais.

Os supermercados, que representam cerca de metade das vendas no varejo restrito, devem compensar um eventual enfraquecimento no comércio de bens duráveis, afirma Leandro Padulla, da MCM Consultores. O economista não descarta desaceleração nas vendas de móveis e eletrodomésticos, que em agosto cresceram 2,5% em relação a julho.

O mesmo movimento é esperado para automóveis, que em agosto tiveram as vendas aquecidas pelas dúvidas quanto à prorrogação do corte no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Naquele mês, as vendas de veículos subiram 7,7% e levaram o varejo ampliado à alta de 2,7%, sempre na comparação com o mês anterior.

Dados da Fenabrave, entidade que representa as concessionárias de automóveis, dessazonalizados pela MCM mostram queda de 13,8% nas vendas em setembro. Com este recuo, a consultoria projeta retração de 5,8% para as vendas do varejo ampliado, que inclui automóveis e materiais de construção. A previsão está no piso das estimativas de sete economistas consultados, já que as projeções variam de queda de 1,1% a recuo de 5,8%. A média das expectativas indica contração de 4,3% no varejo ampliado na passagem mensal, descontados os efeitos sazonais.

"Como o consumidor ganhou mais tempo para programar a compra do carro novo, as vendas desaceleraram", afirma Padulla. O benefício fiscal para automóveis foi estendido a princípio até outubro e depois renovado até dezembro. A prorrogação, afirma Azevedo, do Banco Fator, deve minimizar a instabilidade nas vendas do setor automobilístico e seu impacto sobre os demais segmentos do comércio. A expectativa do economista é de leve aceleração nas vendas do varejo restrito nos últimos três meses do ano, para uma média de 0,5% ao mês.

Marcelo Arnosti, economista-chefe da BB DTVM, é mais otimista e projeta aceleração mais forte, para entre 0,5% e 1% ao mês, no período. Segundo ele, a expansão da massa salarial - num ritmo de cerca de 7% ao ano -, associada a condições financeiras favoráveis e à alta confiança do consumidor, formam a base para uma ampliação mais intensa do consumo. "O comportamento trimestral das vendas do varejo é o melhor indicador de um consumo mais forte nos últimos três meses de 2012", ressalta o economista. Caso sua projeção de alta de 0,2% nas vendas do varejo restrito se confirme, o setor terá acumulado avanço de 2,4% entre o segundo e o terceiro trimestres, mais que o dobro da alta de 0,9% no trimestre anterior.

 

 

Veículo: Valor Econômico


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