Dívida atrasada por consumidor cresce 8,11%

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                                    A alta do indicador em março, ante igual mês de 2015, foi a maior dos últimos quatro anos, diz CDL.

O número de dívidas em atraso por consumidor da capital mineira aumentou 8,11% em março em relação ao mesmo mês em 2015. O crescimento do indicador é apontado como o maior dos últimos quatro anos, na mesma base de comparação, de acordo com dados levantados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) divulgados ontem.

Em relação ao mês imediatamente anterior (fevereiro), o volume de dívidas registrou elevação de 1,53%, índice também considerado o maior nos últimos quatro anos nesse tipo de confronto. Mais uma vez, fatores como a corrosão do poder de compra pela inflação, as altas taxas de juros e a falta de planejamento financeiro estão entre as razões para o crescimento das dívidas entre a população. Os débitos em atraso mais comuns dos belo-horizontinos envolvem contas de serviços básicos como água, luz e telefonia, além de pendências com faturas de cartão de crédito, considerado o grande vilão da inadimplência.

Nos últimos dois meses, a inflação tem apresentado uma tendência de queda no País, o que pode contribuir para a regularização das contas por parte dos consumidores. No entanto, de acordo com a economista da CDL-BH, Ana Paula Bastos, esse movimento de redução do indicador, sozinho, não é suficiente para propiciar uma diminuição das dívidas em atraso. “Cai a inflação, o custo de vida diminui, mas tem um outro fator, o aumento da taxa de desemprego, que pode dificultar o pagamento das dívidas. Hoje, as pessoas que têm uma renda disponível, têm priorizado os recursos para o pagamento das contas de primeira necessidade”, avalia a economista da CDL-BH.

O aumento no número de dívidas foi maior entre os homens na comparação por gênero, com o indicador de março fechando com alta de 8,07% em relação ao mesmo mês em 2015. No que diz respeito à faixa etária, novamente a que abrange o grupo entre 50 e 64 anos – a maior parte responsável financeiramente pela família – é superior, com 16,66% de pessoas com débitos atrasados.

Inadimplência - A taxa de inadimplência – pessoas com o nome negativado junto ao SPC – também cresceu em março, alta de 5,22%, frente ao mesmo mês do ano anterior. Na comparação com fevereiro deste ano, houve aumento de 0,93%. Ana Paula Bastos acredita que esses números sofrem a influência da piora dos indicadores de desemprego na capital. De acordo com último dado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) foi de 7,2% (fevereiro), maior taxa para o mês desde 2008.

“Se a taxa de desemprego continuar elevada, a tendência da inadimplência é aumentar. Agora, essa elevação já era esperada dentro do contexto macroeconômico que vivemos, de alta inflação e níveis de desemprego, mas melhorando essas condições, havendo redução da taxa de juros, a expectativa é de que a inadimplência venha a cair. Por outro lado, hoje esse indicador não tem muito como alcançar picos elevados porque já estamos com o consumo em baixa”, afirma.

A economista lembra que o planejamento financeiro é fundamental para evitar a situação de pendência dos consumidores. Segundo Ana Paula, é preciso, antes de tudo, analisar bem a necessidade de efetuar qualquer gasto. “Falamos em planejar antes de consumir.

Se há um cenário de desemprego, inflação alta, tem-se de avaliar o consumo e o peso das prestações no seu orçamento. Ao comprar um bem de alto valor agregado, por exemplo, o ideal é procurar dar uma entrada maior e dividir em menos parcelas. Não tem como deixar de consumir, então, temos de fazê-lo de forma planejada e consciente”.

 



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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