Bandeiras menores ganham fatia de mercado, mas não ameaçam gigantes

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O fim da restrição da Elo com a credenciadora Cielo e da Hiper com a Rede permite às empresas expandirem sua participação entre clientes e lojistas; crise deve prejudicar crescimento em 2016.

As bandeiras menores de cartões, principalmente Elo e Hiper, devem ampliar a participação de mercado com o fim da restrição a uma única credenciadora, movimento iniciado no ano passado. Porém ainda não ameaçam as duas gigantes do setor.

Até 2014, a Elo era aceita somente nas máquinas da Cielo e a Hiper somente nos terminais da Rede. O fim da exclusividade começou em 2015, em um piloto de 10 mil estabelecimento com máquinas da Cielo, Rede e GetNet (do Santander) e, posteriormente, foi estendido para mais empresas.

"Com o fim da exclusividade, a quantidade de estabelecimentos que aceitam a bandeira sobe automaticamente e também se cria a possibilidade de mais pessoas procurarem o cartão", observou Eduardo Coutinho, professor do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec).

Dados do Banco Central (BC) mostram que, no final de 2014, a Elo detinha 12,3% dos cartões de débitos ativos, contra 43,2% da Visa e 42,7% da Mastercard. O número, contudo, representa quase o dobro de 2013, quando a fatia de mercado era de 7,1%.

Nos cartões de crédito, a Elo aumentou a participação em 55% de 2013 para 2014, para uma base de 1,8 milhões de plásticos - o número, contudo, representava uma fatia de menos de 1% de mercado. A projeção da bandeira, em 2015, era alcançar uma market share de 15%, contanto débito e crédito, em 2016.

"Nós estamos caminhando para o pior ciclo recessivo da história e o mercado de cartões vai sofrer, com as pessoas consumindo menos", apontou Coutinho. "A projeção da Elo é bastante ousada, diante do cenário".

Outro ponto que deve impulsionar o crescimento da bandeira controlada por Bradesco, Banco do Brasil e Caixa, é a parceria com a Discover, empresa de cartões norte-americana, que permitirá que a Elo seja usada para compras e saques em 185 países.

Já a Hiper, do Itaú, se viu envolvida em processo de joint venture do banco com a Mastercard, para criação de um novo arranjo de pagamento.

Especialistas apontam a parceria, atualmente em análise no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), como uma ofensiva ao crescimento da Elo e dizem que o novo arranjo pode resultar na substituição da Hiper.

Força dos bancos

Tanto a Elo como a Hiper possuem a força e a capilaridade dos bancos que as controlam por trás da operação. Para Coutinho, a rede de agências e a sinergia dos conglomerados bancários podem funcionar como um impulsionador de crescimento para as bandeiras.

"São os quatro maiores bancos brasileiros. Em termos de agências, toda a rede de Bradesco, Caixa, Banco do Brasil e Itaú são clientes potenciais das bandeiras", avaliou.

 



Veículo: Jornal DCI


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