Venda de alimento foi melhor do que de remédio

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Entre agosto e setembro, as vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria caíram pela primeira vez no ano, com queda de 1,1%, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE. Mas houve pequena alta de 0,3% no volume de vendas de super e hipermercados. O levantamento é indicativo do malabarismo imposto aos consumidores, que a cada dia têm de escolher o que vão comprar, pois a renda é insuficiente para comprar tudo.

Com a inflação de 9,93% em 12 meses, até outubro, e prestações crescentes nas compras a prazo por causa dos juros altos, a queda mensal de 0,5% e de 2,1% em 12 meses, ante os 12 meses anteriores, no volume de vendas do varejo restrito foi ligeiramente menor do que o esperado pelos analistas. Mas foi a oitava queda consecutiva do indicador.

No varejo ampliado, que inclui veículos e motos, partes e peças e material de construção, a queda mensal foi de 1,5% e de 6% nos últimos 12 meses. Pode-se falar em consumo consciente, pois as famílias evitam se endividar a médio prazo para comprar automóvel ou outro bem durável, como TV, refrigerador e eletrodomésticos, enquanto mantêm a aquisição de bens essenciais.

Comparando setembro de 2014 e setembro de 2015, todas as atividades registraram queda. Pelo critério de média móvel trimestral, foi a décima queda consecutiva. Entre agosto e setembro, houve recuo do varejo restrito em 23 das 27 unidades da Federação. No varejo ampliado, nenhum Estado escapou da queda.

O Distrito Federal, mesmo ostentando a maior renda por habitante do País, mostrou quedas acentuadas nos últimos 12 meses nas vendas de eletrodomésticos (-27,5%), de livros, jornais, revistas e papelaria (-13,2%), além de tecidos, vestuário e calçados (-6,9%), hipermercados e supermercados (-5,6%) e até artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-2,4%). A crise não poupou Brasília, apesar da estabilidade de que goza o servidor público.

Os números do varejo reforçam o temor de que a recessão poderá ser ainda mais intensa do que a esperada na pesquisa Focus, do Banco Central (queda do PIB de 3,1% neste ano e de 1,7% no ano que vem).

A fraqueza das vendas reduz as expectativas de contratação de pessoal temporário para reforçar os quadros das lojas no período de Natal e impõe aperto adicional à indústria, que não terá a quem vender toda a produção e continuará com estoques altos.

 



Veículo: Jornal O Estado de S. Paulo


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