Metade dos varejistas não faz gestão para reduzir as contas de água e luz

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Mas, para cortar custos, especialmente de eletricidade, muitos terão de investir em soluções como lâmpadas LED e portas em balcões refrigerados, diz especialista da Fundação Dom Cabral

A imagem de empresa sustentável parece não preocupar mais da metade das empresas do comércio varejista no Brasil. Por outro lado, investir na redução de custos, especialmente água e luz, já se tornou estratégico num momento de economia fraca.

Essa premissa servirá de ponto de partida para uma grande pesquisa, que será feita pela Federação do Comércio de São Paulo (FecomercioSP) em parceria com a Fundação Dom Cabral e a Accenture, para saber qual é o nível de sustentabilidade dos varejistas. Apesar da falta de interesse de mais de 50% das companhias, as pequenas e médias empresas deviam seguir o caminho das maiores do setor, como Grupo Pão de Açúcar (GPA), Carrefour e Walmart, que utilizam práticas diárias para melhorar operação, segundo o professor e gerente executivo do núcleo de sustentabilidade da Fundação Dom Cabral, Heiko Hosomi Spitzeck, que vai liderar o estudo.

Desde o segundo semestre do ano passado, o GPA tem intensificado as ações de redução de energia nas mais de 2 mil lojas da companhia, que atua com diferentes formatos. "Temos um consumo de energia relacionado a iluminação, refrigeração e ar-condicionado. Implementamos coisas simples, como lâmpadas de LED e adotamos portas nos balcões de produtos resfriados e congelados", afirma a gerente de sustentabilidade do GPA, Laura Pires.

Outro recurso adotado pela empresa foi automatizar o ar-condicionado.

A prática garante uma economia no consumo de energia do equipamento. "Essas medidas têm permitido uma diminuição de energia nas lojas da bandeira Extra Hipermercado de 25% ao mês".

Segundo Laura, a companhia trabalha com várias frentes, com todas as bandeiras do grupo. "Também temos ações com funcionários, com a comunidade, com o cliente, com os fornecedores. Sempre com a finalidade de adotamos medidas para diminuir os impactos ambientais das lojas."

Incentivo

Para estimular a participação dos funcionários nas ações que visam diminuir o consumo de energia, em junho deste ano o Grupo lançou uma campanha que irá premiar em dinheiro as lojas que apresentarem as melhores ideias para redução de consumo. Os estabelecimentos têm autonomia para definir o grupo, mas basicamente são formados por gerentes e chefes de manutenção. "Estamos monitorando junto com os funcionários as ações adotadas e a campanha deve ser finalizada no final deste ano", explica Laura.

De acordo com Spitzeck, a rede Walmart Brasil possui uma loja na região da Pampulha, em Minas Gerais, que adota uma série de práticas, como placas de captação de energia solar, além de aproveitamento de luz natural, do uso de lâmpadas LED e de tecnologias para reutilizar a água da chuva. Com isso, eles conseguiram, ao mês, uma economia de 25% em energia e 40% em água na loja. "Eles investiram R$ 47 milhões e falam em recuperar o valor em até dois anos e meio", destaca o professor.

Com a adoção de soluções sustentáveis desde 2008, a bandeira Walmart Brasil garante que investir no uso de iluminação com lâmpadas de LED é essencial. Portas em balcões de refrigeração (verticais e horizontais); implantação do módulo de controle de energia; instalação de peças sanitárias e chuveiros com consumo reduzido de água, entre outras atividades, também são vitais.

Segundo Spitzeck, a rede Carrefour também se destaca por investir em ações para reduzir o consumo de água. E isso é enfatizado pelo diretor de sustentabilidade do Carrefour Brasil, Paulo Pianez. Entre as práticas, ele destaca a implantação de torneiras que diminuem a vazão do fluxo e a captação de água da chuva. Assim, a bandeira conseguiu diminuir em 10% o consumo de água das lojas. "Acreditamos que o varejo tem papel fundamental no incentivo às práticas sustentáveis em todos os seus pontos de contato: colaboradores, fornecedores e consumidores", comenta.

Pesquisa

A parceria entre a FecomercioSP com a Fundação Dom Cabral e a empresa Accenture para conduzir a pesquisa "Futuro do Varejo Sustentável" foi anunciada ontem, em São Paulo. O levantamento tem o objetivo de investigar as práticas sustentáveis adotadas pelas empresas atualmente. "O varejo é o setor que tem mais dificuldade em criar ações sustentáveis", ressalta o professor Spitzeck, que vai conduzir o levantamento. O resultado será divulgado junto ao prêmio da FecomercioSP sobre o tema, em 25 de novembro deste ano.



Veículo: Jornal DCI


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