Comprar cebola também faz chorar, assim como descascá-la? Quem foi às compras nos supermercados da região neste mês e verificou o preço do produto não deve ter chorado, mas certamente se assustou. O item ficou, em média, 9,35% mais caro em relação a maio, passando a custar R$ 7,08 o quilo.
A explicação: é época de entressafra no Estado e a cebola vinda da Argentina foi insuficiente para abastecer o mercado nacional. Com isso, foi necessário trazer produto até da Holanda, afirmou o coordenador da pesquisa da cesta básica da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), Fábio Vezzá De Benedetto. Ele estima que, a partir de setembro, quando devem ocorrer colheitas em São Paulo, os preços possivelmente cederão.
A carne e o leite também colaboraram para que a cesta ficasse mais cara (alta de 1,28%), na média, em relação a maio – as famílias do Grande ABC tiveram de gastar R$ 6,27 a mais, para fazer a compra mensal de conjunto de 34 itens de primeira necessidade, que passou a valer R$ 496,34. Foi o caso da carne de segunda (a referência, na pesquisa, é o acém), que subiu 3,25% e foi cotado, neste mês, a R$ 15,83 o quilo, em média. Segundo De Benedetto, essa alta era esperada, já que o clima frio castiga as pastagens e fica mais cara a criação, por causa dos gastos com ração.
Por outro lado, produtos como o feijão e o tomate ficaram mais baratos (respectivamente, 4,81% e 3%). No caso do fruto (que custa, em média, R$ 5,41 o quilo), o consumo de saladas nessa estação se reduz, o que puxa para baixo os preços. “Mas ainda está muito caro”, avaliou o pesquisador.
Veículo: Jornal Diário do Grande ABC - SP