Renner mantém crescimento e mira no segmento financeiro

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                                        Com lucro acima da expectativa, desempenho foi superior a 30% no segundo trimestre



Com evolução nos resultados obtidos no segundo trimestre deste ano, a Lojas Renner faz frente à propagada crise econômica apresentando um desempenho considerado surpreendente pelo próprio CFO da companhia, Laurence Gomes, que inicia a entrevista ao Jornal do Comércio afirmando que o "segundo trimestre superou as expectativas". Para justificar a declaração, Gomes argumenta que a Renner mantém, mais uma vez, crescimento de dois dígitos nas vendas dentro das mesmas lojas, com alta de 14,5% no período - elevação de 4,5 pontos percentuais na comparação com o segundo trimestre de 2014. No primeiro trimestre do ano, o aumento percentual nas vendas dentro das mesmas lojas, na comparação com mesmo período do ano anterior, foi de 16,5%.

A manutenção no ritmo de vendas sustentou no trimestre o crescimento de 33,5% no lucro líquido da companhia, que chegou a R$ 158,2 milhões. Na receita líquida de venda de mercadorias, a Lojas Renner fechou o segundo trimestre deste ano com R$ 1,35 bilhão, alta de 21,9% na comparação com igual período de 2014. "Registramos ganhos de margem bruta e operacionais, e conseguimos uma pequena diminuição de despesas. O ritmo de crescimento de despesas é menor do que o ritmo de crescimento de vendas", sintetiza Gomes, salientando o Ebitda total da Lojas Renner teve um crescimento de 31,5% (R$ 326,2 milhões). "É um crescimento bem maior do que o crescimento das vendas e isso mostra a eficiência, a alavancagem operacional da companhia."

Amparada por uma estrutura classificada pelo CFO da companhia como enxuta, a empresa vem há cerca de cinco anos promovendo mudanças que vão desde o aprimoramento das operações até o desenvolvimento de coleções alinhadas às tendências do varejo de moda. É a essa preparação que Gomes credita os bons resultados apresentados no balanço e a manutenção da capacidade de expansão da rede, que além de manter o investimento em abertura de novas lojas - sedimentas em um plano de ampliação que se desenrolará até 2021 -, acrescenta mais uma frente de negócios ao grupo, agora na área financeira.

Na quarta-feira passada, a Renner publicou um fato relevante informando ao mercado a intenção de requerer ao Banco Central autorização para abrir uma instituição financeira. A nova empresa que deverá ser incorporada à companhia é a Realize - Crédito, Financiamento e Investimento, e dará à Renner a autonomia sobre uma área em que já atua, porém com a presença de empresas financeiras parceiras. "A ideia é a Renner criar o seu veículo próprio para ter mais flexibilidade, inclusive, para reduzir a complexidade das operações", explica Gomes.

Os produtos, como concessões de cartões da loja e de bandeiras, além da possibilidade de saque rápido, permanecerão os mesmos. No trimestre, o resultado dos produtos financeiros da Renner totalizou R$ 54 milhões (3% superior ao obtido no segundo trimestre de 2014). Segundo comunicado da empresa, no semestre, o resultado chegou a R$ 122,1 milhões, representando 23,3% do Ebitda total da companhia.

O ticket médio do cartão Renner atingiu R$ 189,45 no segundo trimestre de 2015 (5% maior que o resultado do mesmo período de 2014). Já o ticket médio da companhia avançou 6,8% em comparação com o segundo trimestre do ano passado, alcançando R$ 139,81. "O que a gente observa é que a Renner tem continuado a ganhar market share", avalia Gomes. "Temos visto um fluxo de novos clientes nas lojas da Renner. É o cliente que entendeu a nossa proposta de valor, que enxergou essas melhorias em produto e em experiência de compra."

Segundo o CFO da Lojas Renner, a companhia conseguiu se tornar atrativa para um público de maior poder aquisitivo que reconhece nas linhas da marca produtos de qualidade melhor, "porém com preços competitivos".



Veículo: Jornal do Comércio - RS



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