Para governo paulista, "sangria" da citricultura pode estar no fim

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A "sangria" da citricultura paulista pode estar chegando ao fim. A perda de pés de frutas continua, mas já em ritmo menor, de acordo com o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado, Arnaldo Jardim. Levantamento da Coordenadoria de Defesa Agropecuária, ligada à secretaria, indica que foram eliminados 13,1 milhões de pés de cítricos no segundo semestre do ano passado.

A boa notícia, segundo o secretário, é que, entre replantio e pomares novos, foram colocados 6,6 milhões de novas mudas no solo. Além disso, outro 1,5 milhão de plantas foi eliminado para reforma de pomares. O levantamento aponta duas tendências no setor. Há uma concentração da produção da laranja para indústria nas grandes propriedades, mas surge também uma citricultura voltada para a oferta de laranja de mesa. E esse deve ser um dos focos da política paulista para o setor.

Jardim diz que há uma retomada das atividades da câmara setorial da citricultura. Uma das preocupações é incentivar o consumo de suco, que vem caindo. Entre as medidas para esse incentivo se discute a redução tributária sobre o produto, segundo o secretário.

"É um período difícil para reduções de alíquotas, mas, como já foi feito com a água e o xarope de milho, estamos estudando essa redução", afirma Jardim.

O secretário destacou que boa parte da eliminação dos pomares paulistas se deve ao greening --uma doença que avança no Estado. A pesquisa do segundo semestre de 2014 indicou a eliminação de 2,38 milhões de plantas devido a essa doença. Já o cancro cítrico foi responsável por outras 45,3 mil eliminações.

Muitos produtores, no entanto, desistiram dessa atividade e cortaram 4,02 milhões de plantas para investir em outras culturas. Outros citricultores, responsáveis pelo corte de 5,2 milhões de plantas, não informaram o motivo da saída do setor, segundo a Coordenadoria de Defesa Agropecuária.

Os números da coordenadoria indicam que 10,5 mil propriedades concentram 14% das plantas cítricas do Estado. Essas propriedades têm até 10 mil plantas cada uma. Já outras 2.403 propriedades, com mais de 10 mil plantas cada uma, concentram os outros 86% de pés de cítricos. Apenas 11 propriedades detêm 22,6 milhões de plantas, 12% do total do Estado.

O levantamento indicou que 68 milhões de plantas estão na faixa de 8 a 16 anos. Outros 16 milhões têm mais de 20 anos.

A região de Barretos tem o maior pomar, com 23 milhões de pés, mas a citricultura avança para o sudoeste. As regiões de Itapetininga e de Avaré têm 21 milhões de pés.


Veículo: Folha de S. Paulo


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