Lojas em shoppings devem demitir e investir menos para contrapor custos

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Aumento da taxa de vacância, do IPTU e de outras despesas operacionais preocupa varejistas e administradores de centros de compras. As empresas já preveem ampliar negociações em 2015

 



Os lojistas que atuam em shopping centers já projetam um 2015 complicado. Com taxa de vacância elevada - cerca de 10% -, e a perspectiva de um período de recessão econômica, a palavra de ordem para o próximo ano é redução de funcionários e de investimentos. "Só em São Paulo a estimativa é que sete mil postos de trabalho sejam fechados no ano que vem", afirmou o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabyl Sahyoun.

Na capital paulista, porém, não são só as demissões que preocupam os lojistas. "Teremos um aumento no IPTU e isso encarece os custos operacionais. Se continuarmos com a elevação dos tributos, muitos lojistas vão desistir de atuar em shoppings", disse. O prefeito Fernando Haddad reduziu o aumento do IPTU de imóveis comerciais de 35% para 15%, mas segundo o presidente da Alshop, novas negociações devem ocorrer. "Não temos uma data confirmada, mas vamos nos unir a outras entidades setoriais para renegociar o valor do aumento", argumentou Sahyoun.

No acumulado do ano - janeiro a dezembro - as vendas entre os lojistas associados à Alshop tiveram incremento real de 1,5%, somando R$ 134 bilhões no período, índice esse considerado baixo pela entidade. Para 2015 as perspectivas continuam negativas. "Acreditamos que as vendas no acumulado do ano que vem não passarão de 2%", disse ele. Para o período são esperados 29 novos shoppings, em sua maioria no interior. "Mais uma vez sentimos o movimento de interiorização dos shoppings".

Preocupação


O indicador é motivo de preocupação, conforme afirmou o diretor de relações institucionais da Alshop, Luis Augusto Ildefonso. "Hoje representamos de 16% a 18% do faturamento do varejo restrito. Algumas medidas de melhoria terão de ser tomadas em breve", previu.

Uma das iniciativas que têm sido adotadas é a negociação diferenciada entre os administradores de shoppings e os lojistas. "Os shoppings que estão operando têm oferecido descontos no aluguel para manter os lojistas e diminuir a vacância. Já os novos empreendimentos têm optado por cobrar 10% do faturamento da operação, ao invés de cobrar aluguel, condomínio e fundo de promoção", explicou Sahyoun.

Após as vendas de Natal registrarem o menor índice dos últimos oito anos no País, incremento real de 3% no período na comparação com 2013, muitos varejistas terão de antecipar o período de promoções e liquidações para se livrar do estoque excedente. "Alguns estão com estoques elevados, então, logo no dia 26, as promoções começaram. As liquidações características de fevereiro devem ser antecipadas para janeiro", argumentou Sahyoun em entrevista.

Nem as vendas de última hora, tão comum no País, foram capazes de ajudar no resultado. "No dia 24, só nos shoppings de São Paulo houve queda no fluxo de 7%", disse o presidente da Alshop, completando: "O crescimento de 3% nas vendas foi reflexo dos 25 shoppings abertos este ano que somaram mais seis mil novos pontos de vendas no setor". O balanço da Alshop foi até mais otimista das demais associações. O volume de vendas para o Natal caiu 1,7% em âmbito nacional na comparação com igual período do ano passado, segundo balanço feito pela Serasa Experian.

Outro motivo que tem preocupado os shoppings é a concorrência surgida com os centros comerciais a céu abertos e as galerias de lojas dentro de supermercados.

"Essas grandes redes, como o braço imobiliário do Grupo Pão de Açúcar (GPA), tem investido em empreendimentos, tirando alguns lojistas dos shoppings", concluiu Sahyoun.



Veículo: DCI


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