Grupo de lojas de móveis adia centros logísticos por causa da crise no varejo

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MERCADO ABERTO

 

MARIA CRISTINA FRIAS cristina.frias@uol.com.br

 

 

A desaceleração da economia e as vendas fracas do varejo fizeram o grupo paranaense MM, de lojas de móveis e eletrodomésticos, adiar a instalação de dois centros de distribuição --em Piçarras (SC) e em Dourados (MS).

 

As obras deveriam ter começado neste ano, mas agora não têm um cronograma definido. "Vai depender do comportamento econômico", afirma o presidente da empresa, Jeroslau Pauliki.

 

A redução no número de dias úteis em junho e julho por causa da Copa e a inadimplência também prejudicaram. Os pagamentos considerados irrecuperáveis chegaram a 4% --a média do grupo é de 2,5%.

 

"Também há uma deflação no setor. O preço de celulares e tablets caiu. Uma TV de LED que custava R$ 1.500 há um ano agora está R$ 1.200", diz o sócio Marcio Pauliki.

 

Diante desse cenário e mesmo com a abertura de 23 novas lojas, o faturamento da empresa avançará 5% neste ano (menos que a inflação).

 

O foco do grupo em 2015 será as cidades com até 25 mil habitantes, onde serão instaladas lojas de cerca de 200 metros quadrados.

 

"Nos municípios pequenos, o custo é menor. Hoje, 30% de nossas unidades estão em cidades com esse perfil, mas elas representam 50% do lucro. O problema é elas não terem escala de venda, por isso não saímos dos grandes centros", diz Marcio.

 

BUROCRACIA NA CARIDADE

 

O Brasil aparece em 90ª colocação entre os países com maior número de doadores em 2014, segundo estudo da CAF (Charities Aid Foundation) realizado em 135 nações.

 

Estados Unidos e Mianmar empataram em primeiro lugar, com 64%, seguidos por Canadá, com 60%. No Brasil, a parcela é de 26%.

 

"A burocracia brasileira acaba se tornando mais um complicador do que um encorajador à boa ação", afirma Paula Fabiani, diretora-presidente do Idis (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social), que representa a CAF no país.

 

Em países como Estados Unidos e Inglaterra, o doador tem liberdade para escolher a entidade que queira ajudar.

 

"Aqui, a pessoa física que tiver interesse em abater uma doação de seu imposto de renda precisa escolher um projeto que tenha sido aprovado pelo governo federal."

 

Entre os brasileiros que afirmaram ter praticado o bem neste ano, 22% doaram dinheiro para organizações da sociedade civil, 40% ajudaram desconhecidos e 16% fizeram algum trabalho voluntário, segundo a pesquisa.

 

Em 2013, o Brasil aparecia em 91º lugar no estudo.

 

PÉ NO FREIO

 

A rede de varejo de utilidades Multicoisas revisou o plano de abrir um terceiro centro de distribuição para atender as regiões Norte e Nordeste do país.

 

"Encomendamos alguns reestudos da malha viária e da questão tributária das áreas e vimos que não seria rentável para a companhia", diz Lindolfo Martin, fundador da empresa.

 

A Multicoisas tem dois centros de distribuição, em Osasco (SP) e Campo Grande. A abertura de um novo ponto ainda não tem data para ocorrer.

 

"Atuamos em 22 Estados e cada um tem sua forma de tratar os tributos. Precisamos ter cautela."

 

Hoje, são 185 lojas em funcionamento, com maior concentração no Centro-Oeste e Sudeste do país.

 

Para 2015, a empresa estuda abrir 18 lojas, das quais três ficariam na região Nordeste.

 

"É uma expansão conservadora, que condiz com a realidade da economia. Vamos crescer onde já estamos atuando", diz.

 

A rede faturou R$ 330 milhões em 2013.

 

 

 

Veículo: Folha de S. Paulo


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