Varejistas aguardam o 13º salário

Leia em 2min 50s

Fecomércio-MG estima que R$ 5,5 bilhões serão destinados às compras no comércio mineiro

 



O 13º salário deve injetar cerca de R$ 14,4 bilhões na economia mineira, de acordo com estimativa divulgada ontem pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG). Desse montante, a expectativa é que 38,6%, o equivalente a R$ 5,5 bilhões, sejam aplicados no consumo, movimentando o comércio de bens, serviços e turismo.

Apesar de ainda representar a principal intenção do trabalhador, o consumo utilizando o abono será menor que no ano passado, quando a estimativa nesse mesmo período era de 54,4%, o que representava R$ 7 bilhões injetado diretamente no comércio.

Segundo o economista da Fecomércio-MG Gabriel Ivo, a queda é um reflexo do cenário econômico, marcado por uma inflação alta e persistente, o que tem impactado os preços e retraído o consumo. Da mesma forma, ele aponta as altas taxas de juros, que dificultam o parcelamento e também freiam as compras.  essa mesma conjuntura que também deve diminuir a porcentagem de dinheiro aplicado em poupança.

Para este ano, a previsão é que 13,7% dos recursos provenientes do 13º em Minas Gerais (R$ 2 bilhões) sejam investidos em poupança. No ano passado, a estimativa nessa mesma época era de 21,9%, o que representava R$ 2,8 bilhões.

Já a parcela de pessoas que vão utilizar o abono para pagar dívidas deve crescer, em relação ao ano passado. De acordo com a pesquisa do Fecomércio-MG, R$ 4,9 bilhões terão esse destino, o que corresponde a 34,4% do total. Em 2013, essa porcentagem foi de 23%, o que equivalia a R$ 2, 9 bilhões do 13º salário mineiro. "Isso reflete as taxas de endividamento e de inadimplência, que aumentaram este ano. Os consumidores estão mais endividados, então reduzem o consumo para pagar a dívida e, como não vai sobrar dinheiro, não vão poupar também", resume.


Consumo -
De acordo com o economista, a parcela que será aplicada no consumo está diretamente ligada às compras de Natal. Sendo assim, o varejo de forma geral é o que mais lucra com a circulação do 13º salário. "As compras de fim de ano atingem a todos os setores do varejo, mas de forma ainda mais especial os comerciantes de roupas, calçados, acessórios e eletrodomésticos. Além deles, o segmento de alimentação também é muito procurado devido às ceias de Natal", afirma.

Ivo lembra, ainda, que a maior parte desse consumo acontece nas duas últimas semanas anteriores ao feriado, tendo em vista que o brasileiro costuma deixar para fazer as compras na última hora. O economista enfatiza que o comerciante precisa ficar atento a essas estimativas de consumo para não errar na dosagem do estoque. A sugestão é considerar as vendas do ano passado e prestar a atenção na pesquisa da Fecomércio-MG, que indica uma diminuição no consumo.

"O estoque é algo que o comerciante precisa administrar desde outubro, mas agora é importante observar o cenário e ficar de olho para não encomendar muito acima, mas também não muito abaixo do esperado", considera. Ivo também lembra a importância de buscar novas alternativas para atrair o consumidor. Para isso ele sugere investir em elementos visuais nas vitrines, promoções e liquidações, além de facilidades de pagamento, como desconto à vista e flexibilização de parcelamentos.




Veículo: Diário do Comércio - MG


Veja também

Promoções de venda são um bom negócio para os varejistas?

Depende. Se for de um produto de primeira linha, pode ser uma oportunidade para que os clientes comprem outros itens &n...

Veja mais
Natal amplia competitividade entre lojistas

Sem aumento significativo de consumidores, ganhará mercado quem oferecer diferencial frente aos concorrentes &nb...

Veja mais
Procon-SP: cesta básica paulistana sobe 1,87% na semana

O valor da cesta básica no município de São Paulo ficou 1,87% mais alto no período de 7 a 13...

Veja mais
Excesso de produção e consumo baixo derruba preço do ovo

Granjas de Bastos, maior produtora do Brasil, estão descartando aves.Dúzia de ovos é vendida a R$ 2...

Veja mais
Lojas Americanas projeta 1.700 lojas até 2019

Gigante do comércio físico e eletrônico ampliará serviços financeiros, venderá ...

Veja mais
Pilhas: Empresa de Warren Buffett compra Duracell da P&G por US$ 4,7 bilhões

A Berkshire Hathaway, companhia do bilionário investidor Warren Buffett, fechou acordo com a Procter & Gamble...

Veja mais
Medicamentos isentos de prescrição dobraram faturamento

O faturamento das vendas de medicamentos isentos de prescrição médica quase dobrou nos últim...

Veja mais
Arroz e feijão devem ganhar mais espaço na ceia do brasileiro em 2014

Os cereais, normalmente esquecidos durante o período de festas de final de ano, poderão ter um comportamen...

Veja mais
3corações adquire o Café Itamaraty

O grupo 3corações, tradicional processador de café do país, deu mais um passo em seu movimen...

Veja mais