Preços baixos seduzem brasileiros a fazer compras no exterior

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Em apenas sete meses deste ano, turistas gastam US$ 14,9 bilhões em viagens fora do país. Muitos se surpreendem com produtos de qualidade, hotéis e restaurantes bem mais em conta que no Brasil. Nem mesmo a retração econômica inibe compras



Rosana Hessel



O país está em recessão, mas os brasileiros continuam gastando como nunca no exterior. Somente nos primeiros sete meses deste ano, despejaram US$ 14,9 bilhões mundo afora, o equivalente a R$ 33,4 bilhões, dinheiro suficiente para bancar um ano e quatro meses do Bolsa Família. As viagens não se restringem a turismo. A ordem é aproveitar as passagens aéreas, que podem ser financiadas em até 10 vezes, e comprar de tudo.

Mesmo aqueles que não estão com a carteira recheada de dólares ou euros não se acanham. Acabam se rendendo aos preços baixos e trazem, para casa, roupas de marca, eletrônicos, enxovais de bebê, perfumes, sapatos, produtos de beleza e tudo mais que couber nas malas. “Você compra coisas que, no Brasil, passaria bem longe, de tão caras”, resume o funcionário público Marcos Leão, 52 anos, que acabou de voltar de férias com a mulher, Betânia, 45, de Miami, nos Estados Unidos.

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A diferença de preços é tamanha que, com R$ 4 mil cobrados por um videogame no Brasil, é possível passar um fim de semana nos EUA, incluindo passagens, refeição e hospedagem, e ainda trazer o mesmo videogame na bagagem. “Portanto, não há com o que se espantar. O grande fluxo de turistas brasileiros para o exterior tem a ver com custos. As pessoas passaram a fazer as contas e viram o quanto é mais vantajoso gastar lá fora do que aqui”, afirma Roger Ades, principal executivo da Agilitas, emissora de cartões pré-pagos do grupo Rendimento.

Ades sabe do que fala. As passagens para o exterior são, em muitos casos, mais baratas do que as de trechos para o Brasil. Na semana passada, uma das maiores companhias brasileiras estava oferecendo bilhetes de ida e volta de Brasília para os EUA por R$ 1,2 mil, quase a metade dos R$ 2,2 mil cobrados por um voo entre a capital do país e o Recife. “Ou seja, você economiza na passagem, conhece um lugar bacana e, com a diferença, ainda banca restaurantes ou parte das diárias”, destaca Otto Nogani, professor de Finanças do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper). “Não dá para comparar os preços de hotéis e restaurantes no Brasil. No exterior, tudo é melhor e mais barato”, acrescenta.



Veículo: Correio Braziliense


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