Setor cresceu 140% em dez anos

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Entre 2007 e 2013, Brasil passou de 10º para o 6º maior mercado de remédios do mundo




Apesar dos indicadores de desaceleração da economia brasileira, com previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,1% neste ano, para alguns setores o momento é de boas oportunidades. Estudo realizado pela GO Associados apurou um desempenho significativo do setor farmacêutico, com crescimento de quase 140% nos últimos dez anos, ou incremento médio de 8,5% ao ano. A previsão é de expansão em médio prazo, sobretudo em virtude do aumento do número de idosos no Brasil e da venda de genéricos, com preço menor.

Minas Gerais, que tem uma política de desenvolvimento focada na chamada "economia do conhecimento", e em 2011 contava com 107 estabelecimentos na fabricação de produtos farmacêuticos, pode ser beneficiada por esse mercado em expansão.  a terceira maior participação nesse segmento no país, com 11,1%.

Segundo a economista da GO Associados Mariana Orsini, entre 2007 e 2013, o Brasil passou de décimo para o sexto maior mercado farmacêutico do mundo. E a estimativa é de que, em 2017, o país alcance a quarta colocação, ficando atrás somente dos Estados Unidos, China e Japão. Somente em 2013 o mercado farmacêutico brasileiro faturou o equivalente a R$ 58 bilhões com a venda de medicamentos. Em 2003, o faturamento foi de R$ 14,8 bilhões.

"Observando os indicadores econômicos, podemos perceber que a renda e o trabalho formal no Brasil não devem crescer mais na mesma velocidade dos últimos anos", considera Mariana, lembrando que até então essa condição gerou reflexos positivos para o setor farmacêutico, incluindo a ampliação de acesso aos planos de saúde. "O usuário do plano de saúde vai ao médico com mais freqüência, favorecendo o consumo de medicamentos", explica.

Pesquisa do IBGE mostrou que o número de pessoas ocupadas nas regiões metropolitanas do país cresceu em média 3,4% ao ano no período entre 2003 e 2013, quando foi apurada elevação do rendimento médio de 1,8% ao ano. No mesmo período, a adesão aos planos de saúde aumentou 5% ao ano.


Idosos - Apesar da previsão de redução de emprego formal e renda, Mariana observa que outros fatores podem garantir incremento do setor farmacêutico. Entre eles está o aumento do número de idosos no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2003 e 2013 a população com mais de 60 anos cresceu em média 3,7% ao ano. "E deve continuar crescendo em torno de 4% nos próximos dez anos", indica.

Caso as projeções se confirmem, em 2020 esse público responderá por 14% da população brasileira. No ano passado, a participação já era de 11%. Estudo do Bank of America Merrill Lynch confirma a importância desse segmento para o mercado farmacêutico: os idosos com mais de 65 anos usam mais de 55% de sua renda com despesas de saúde e chegam a consumir 50% dos medicamentos vendidos.


Genéricos - A abertura do Brasil aos genéricos, a partir de 1999, também impulsionou o mercado farmacêutico nos últimos anos, podendo compensar eventual desaceleração na venda de medicamentos e produtos de higiene e beleza, em virtude do menor crescimento de emprego e renda.

"Com o aumento da concorrência, os preços ficaram mais baixos, gerando um efeito positivo na demanda", indica, chamando atenção para a chegada das classes C e D ao mercado consumidor. Esses produtos custam cerca de 45% a menos que os da marca de referência, chegando a atingir 27% das unidades vendidas no país e 24% do valor comercializado. Em 2003 essas participações eram de apenas 8% e 6%, respectivamente.


Em Minas estão concentrados 11,1% dos fabricantes

A importância do mercado farmacêutico para Minas Gerais pode ser ilustrada por dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes a 2011. Segundo o instituto, naquele ano o comércio de produtos farmacêuticos teve participação de 7% em número de estabelecimentos e de 8,3% em número de pessoas ocupadas, do total de estabelecimentos comerciais no Brasil.

Dos 963 fabricantes de produtos farmacêuticos no Brasil, em 2011, 62% estavam na região Sudeste e 11,1% somente em Minas Gerais. O Estado tem a terceira maior participação em estabelecimentos de fabricação de produtos farmacêuticos no Brasil, com 107 unidades, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. A participação do Estado no mercado de genéricos também é consistente. Detém 20,9%, ficando atrás também apenas de São Paulo (55,1%) e Rio de Janeiro (24,7%).



Veículo: Diário do Comércio - MG


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