A disputa no mercado brasileiro de preservativos vai esquentar. A Reckitt Benckiser, conhecida por produtos de limpeza como Veja e Vanish, começou a vender esta semana seus preservativos Durex. Nicolas Fischer, presidente da divisão de consumo da Hypermarcas, líder dessa categoria, diz que o consumidor respeita muito as marcas que conhece e que não será fácil para um nome desconhecido no Brasil conquistar o público.
A meta da Reckitt é ter a liderança em quatro a cinco anos, diz Jiri Kulik, vice-presidente da Reckitt na América Latina. A empresa anglo-holandesa quer tirar fatias das marcas Jontex e Olla, da Hypemarcas, dona de mais de 50% do mercado. Durex é a segunda marca nos Estados Unidos e a mais vendida na Europa, onde é sinônimo de categoria, segundo a Reckitt. No Brasil, o nome remete à fita adesiva da americana 3M. A Reckitt diz que isso não é um problema.
Até o Carnaval, a Reckitt quer ter distribuição em Salvador, no Rio e em São Paulo. A Olla também marcará presença no Carnaval de Salvador e do Rio. Após o evento, Durex vai para as demais cidades e Estados, com campanha de marketing em todos os meios. A estratégia comercial inclui levar os produtos da Durex para os caixas de farmácias e supermercados.
A Reckitt não revela valores, mas informa que esse lançamento receberá o maior investimento da companhia em países emergentes.
Por enquanto, a Reckitt vai colocar à venda doze produtos: dez camisinhas e dois lubrificantes, tudo importado. A companhia quer trazer depois outros itens, como vibradores. "Queremos trazer um novo conceito de como vender essa categoria. Não é só para proteger, queremos vender um sexo incrível", diz Kulik. A Hypermarcas e outras concorrentes já adotam posicionamento semelhante há pelo menos dois anos.
Os preservativos serão vendidos em pacotes de 3 e 6 unidades. Os preços variam de R$ 4 (versão clássica com 3) a R$ 8 (versão mais fina com 6), próximos aos da Jontex. O gel lubrificante custará R$ 25.
Segundo a Nielsen, o mercado de preservativos atingiu R$ 220 milhões em 2012, em alta de 7% sobre 2011, mas o volume de vendas ficou estável.
A Reckitt comprou a SSL, dona da Durex, por € 2,5 bilhões em 2010. O acordo fechado com a farmacêutica Bristol-Myers Squibb em maio do ano passado, pelo qual a Reckitt assumiu as vendas de medicamentos isentos de prescrição como o antigripal Naldecon no Brasil, facilitou a chegada da Durex, já que agora a companhia tem equipes de vendas para o canal farmacêutico, diz Kulik.
Veículo: Valor Econômico