Varejo eletrônico dribla caos logístico do País com parcerias

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O varejo eletrônico encontra no encarecimento do frete o maior entrave para operar no Norte e Nordeste do País. Visando driblar o caos logístico e os altos custos, as empresas apostam nas parcerias para atuar nessas regiões.

A Netshoes, por exemplo, firmou acordo com os Correios. Segundo a empresa, como "os Correios chegam a todo o País", não há dificuldades na entrega. Somada à parceria, houve a ampliação dos centros de distribuição, que ajudaram na redução de despesas do grupo.

A Netshoes também tem outras 15 empresas de entrega que ajudam na distribuição de seus pedidos, conforme explicou a diretora de operações (COO) Graciela Tanaka. "Temos nos nossos centros de distribuição (CD) postos avançados de atendimentos dos Correios, que são pequenas agências em que os pedidos saem roteirizados direto para os caminhões e os aviões de carga, além de outras 15 empresas nas quais dividimos as entregas pelo volume dos pacotes", explicou a executiva ao DCI.

Outra medida adotada para que as encomendas feitas pelo site chegassem no menor tempo possível ao consumidor foi a inauguração de um novo CD, sendo o terceiro da empresa, localizado no Recife. "Como temos um País de dimensão continental, estruturamos o novo espaço e o inauguramos em 2012. Ele acaba de completar um ano em Recife", diz Graciela.

O resultado das iniciativas foi a ampliação do Entrega Super Expressa em Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Rio de Janeiro (a mercadoria chega no mesmo dia); a redução do tempo de entrega pela metade para as regiões Norte e Nordeste e redução dos custos com logísticos. "Pagamos bem menos para despachar uma bicicleta, por exemplo, de Recife para alguma região do Norte. Com certeza, se a mercadoria saísse de São Paulo, o custo se tornaria muito mais alto", explicou a executiva.

Questionada sobre como o custo do frete afeta o consumidor, Graciela explicou que só impactará quando o cliente quiser ter o pedido entregue no mesmo dia. Para promover a experiência de consumo positiva, a Netshoes oferece diversas modalidades de entrega, sendo elas: frete grátis; Sedex, entre outros.

Todos os investimentos e aportes recebidos pela empresa foram válidos. Com toda essa estrutura montada, a Netshoes administra hoje mais de 20 lojas virtuais diferentes, como a da Mizuno, a da liga de basquete americana (NBA) no México e a do Esporte Clube Bahia. Em 2012, o faturamento da empresa foi de R$ 1 bilhão e novos centros de distribuição não estão descartados. "Fazemos planejamentos anuais, se sentirmos a necessidade de um novo espaço, investiremos com certeza", concluiu Graciela.

Outras saídas

Na opinião do professor e especialista em varejo do Programa de Administração do Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA), Nuno Fouto, uma das soluções aos empresários do e-commerce que querem ter atuação em todo o território nacional está na parceria com empresários locais. "Quando se tem uma escala em que os volumes negociados são bons, firmar parcerias com distribuidores locais é uma boa solução", explica Fouto.

O especialista argumentou que a dificuldade logística está em todo o lugar e não é uma característica apenas das regiões Norte e Nordeste do País. "Em São Paulo e no Rio de Janeiro temos o trânsito como maior entrave dos empresários de e-commerce ,que agora têm prazo estipulado por lei para a entrega dos pedidos".

Fouto fez questão de ressaltar quando se fala em parcerias, elas devem ser transparentes e sem a percepção dos empresários, com o "ganha ganha". "Na hora de firmar essas parcerias, seja com lojistas locais ou com produtores, é necessário entender a real necessidade de cada um e fazer com que essa união seja benéfica a todos", afirma.

Questionado se os empresários brasileiros já fazem esse tipo de parceria, Nuno Fouto afirmou que é pouco comum, mas que em médio prazo, esse cenário pode mudar. "É algo que não é cultural no Brasil. No mercado norte-americano temos bons casos de sucesso como o da Amazon. Aqui ainda não temos", diz.

Outro ponto ressaltado pelo especialista do Provar foi que, em locais muito afastados e que têm potencial de consumo, abrir uma loja seria uma solução que reduziria os custos e, por consequência, melhoraria o desempenho da empresa. Já é possível encontrar alguns casos positivos: compra on-line e retirada na loja.

A rede de livrarias Saraiva, já oferece o sistema há três anos e os clientes podem optar por retirar o produto com frete grátis em qualquer uma das 104 lojas da rede, além de conseguir também trocar itens adquiridos no site em pontos de venda físicos.

Nos setor supermercadista, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) é um dos casos de sucesso neste tipo de sistema, e a tendência é que isso cresce nos próximos anos.




Veículo: DCI


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