Queda de preços de commodities já chega ao varejo

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A queda nos preços das matérias-primas começou a chegar ao varejo, disse ontem Salomão Quadros, superintendente-adjunto de inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), ao comentar os dados do Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10). "Os preços de commodities como soja, milho e trigo estão caindo no atacado e isso começa a chegar, aos poucos, ao varejo. Isso barateia as rações para animais e, finalmente, as carnes."

O IGP-10 subiu 0,18% em abril, após alta de 0,22% no mês anterior. A redução no ritmo de expansão deve-se à deflação do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa 60% do IGP-10 e passou de alta de 0,11% em março para queda de 0,06% em abril.

No IPA, as matérias-primas brutas caíram 0,92% em abril, após baixa de 0,81% em março. O preço do milho em grão caiu 7,83% em abril, após baixa de 2,37% no mês anterior. A soja, que recuou 5,53% em março, caiu 5,56% em abril e o trigo passou de queda de 1,52% para baixa de 1,56%.

O IPA também captou redução nos preços das carnes. A suína caiu 7,83% em abril, ante baixa de 2,37% em março. A carne bovina, que recuou 0,06% em março, caiu 0,09% em abril. O preço do frango inteiro, depois de subir 3,56% em março, caiu 0,60% em abril.

Quadros disse ainda que os produtos derivados de grãos também estão em desaceleração. É o caso de panificados e biscoitos, que subiram 1,44% em abril, após alta de 1,62% em março. O mesmo ocorreu com a farinha de trigo, que saiu de alta de 5,29% em março para avanço de 1,44% em abril.,

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,67% em abril ante alta de 0,49% em março, pressionado por alimentação, que subiu de 1,26% para 1,4%; vestuário, que tinha caído 0,04% e teve alta de 0,31% em abril; e saúde e cuidados pessoais, que subiram 0,61% em abril, após alta de 0,58% em março. A alimentação segue pressionada pela batata inglesa (alta de 13,43% em abril ante 6,72% em março), cebola (21,17% ante 14,27%) e tomate (15,77% ante 8,55%).

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,65% em abril, depois de registrar alta de 0,37% em março.

Segundo Salomão Quadros, o IGP-10 tem espaço para desacelerar na taxa acumulada em 12 meses nas próximas seis coletas, porque o preço das commodities está em baixa. Além disso, hortaliças e legumes, que vinham subindo, não devem ter mais força para continuar nessa trajetória nos ´próximos meses.

Com o resultado de abril, o IGP-10 acumulou alta de 7,45% em 12 meses, a terceira desaceleração seguida. "No segundo semestre de 2012, tivemos taxas mensais altas, girando acima de 1% ao mês, por causa da quebra das safras brasileiras e americana. Isso não deve se repetir nesse ano. Além disso, as taxas mensais desse início de ano estão baixas", afirmou ele.


 
Veículo: Valor Econômico


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