Pimentão é vendido a R$ 15 no Grande ABC

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Assim como o tomate, o pimentão virou item de luxo das cozinhas no Grande ABC. O cliente que não dispensa o fruto nas saladas e pratos quentes precisa desembolsar até R$ 15 pelo quilo. Normalmente, o alimento custa entre R$ 4,50 e R$ 6. Os vermelhos e amarelos são os mais caros. Já os verdes, mais baratos, podem ser encontrados por até R$ 7, o quilo.

O consumidor que pesquisa para gastar menos já se deu conta de que o valor pago pelo fruto é maior, inclusive, que o preço do quilo da carne bovina de primeira - cotado a R$ 14,67 na pesquisa da semana passada da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André).

A supervalorização se deve, assim como no caso do tomate, às alterações climáticas. As chuvas em abundância em março prejudicaram o cultivo e a colheita do item in natura. No entanto, o valor do prejuízo na lavoura não foi repassado integralmente pelos produtores. O reajuste acontece entre os atacadistas e os estabelecimentos que vendem para o consumidor final - sacolões e feiras.

A equipe do Diário esteve em Sumaré, uma dos grandes produtores do fruto no Estado, e constatou que lá a caixa com 13 quilos de pimentão custa R$ 32, ou seja R$ 2,46, o quilo. Na Ceasa (Central de Abastecimento) da Craisa, a caixa de 11 quilos custa R$ 120 - R$ 10,90, o quilo. De lá, o item ainda sofre reajustes para chegar à mesa dos moradores da região por até R$ 15.

"O pimentão é vendido a preço muito elevado, diferentemente do que comercializamos aqui", constata o agricultor Alfredo Pereira de Oliveira, 59 anos, produtor de pimentão de Sumaré.

Ele, que sempre trabalhou em lavouras de tomate, decidiu neste ano investir toda sua economia em plantação de pimentão. "Foram R$ 37 mil (de investimento). Sem contar o aluguel que pago pela terra, que é arrendada. Com todos esses gastos, só espero ter lucro", cita. Segundo Oliveira, o fruto é muito sensível, assim como o tomate, e precisa de bom adubo, irrigação na medida certa e defensivos agrícolas (produtos utilizados para controlar pragas). "Mesmo assim, nossa margem de lucro é pequena. A caixa com 13 quilos sai por R$ 32, no máximo." Cada pé tem um custo de R$ 3. Oliveira plantou 20 mil pés, o que dá para abastecer 6.000 caixas.


O agricultor acredita que, além da grande margem de lucro, as empresas que revendem no Ceagesp ou Ceasa elevam o preço devido aos gastos com frete, lavagem e classificação dos pimentões. "O fruto está valendo ouro", brinca o agricultor.



Veículo: Diário do Grande ABc


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