Indústria fatura R$ 100,5 bi com comida fora do lar em 2012

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A indústria brasileira da alimentação faturou R$ 100,5 bilhões com vendas ao food service em 2012, projeta a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), com base nos resultados do setor até novembro. O número representa avanço de 14,3%, ante os R$ 87,9 bilhões registrados no ano anterior. O resultado está abaixo da média dos cinco anos anteriores (de 2007 a 2011), de crescimento de 15,1%, mas acima do avanço das vendas para o canal varejo, de 11,8% em 2012, somando R$ 227,7 bilhões.

O aumento do custo da mão de obra nas operadoras de food service está entre os fatores que impulsionam o crescimento do segmento. "Apesar de o custo das refeições ter crescido, não necessariamente os operadores estão conseguindo ter um ganho maior, então buscam alternativas de rentabilização do negócio, como produtos industrializados, que deixam o preparo mais rápido, colocando sua mão de obra no preparo de produtos de maior valor agregado", explica o diretor- -executivo da Unilever Food Solutions para o sul da América Latina, Ricardo Marques.

Embora não fale em valores absolutos, o executivo conta que a divisão de food service da Unilever brasileira registrou o segundo maior crescimento da empresa neste setor em todo o mundo. "A perspectiva é de crescimento na casa dos dois dígitos nos próximos cinco anos", projeta o executivo. "O mercado hoje ainda é pequeno em relação a seu potencial", acredita, citando fatores como o avanço da urbanização, do trabalho longe do lar e das refeições como lazer, que contribuem para este crescimento.

A fabricante de sobremesas Mr. Bey calcula ter crescido 27% em 2012 em relação ao ano anterior, ante avanço de 20% em 2011. "Conseguimos expandir os negócios em algumas regiões do Brasil que ainda não atendíamos", conta o gerente-comercial Fernando Ruas. Fruto da união das empresas Holandesa & Cia. e Alibey Alimentos Especiais, a Mr. Bey tem 75% de sua receita fruto do food service, segundo Ruas. Com duas fábricas, uma em Campinas e uma na capital paulista, a empresa produz 110 toneladas de alimentos ao mês. "Estamos concluindo um ciclo de investimento em ampliação da capacidade e automação que nos dá estrutura para crescer acima de 20% ao ano até 2015, com tranquilidade", diz o executivo.

Voltada tradicionalmente para os públicos A e B, a Mr. Bey vê um crescimento da demanda por suas sobremesas premium também na classe C. "Ampliamos nossas vendas para restaurantes e varejistas que atendem as classes B e C e ficamos surpresos com os resultados", afirma o gerente, que também cita o potencial dos grandes eventos esportivos como propulsor do food service nos próximos anos. Outra novidade é que, no primeiro semestre de 2013, a empresa deve começar a exportar para os Estados Unidos.

A Cargill Food Service tem crescido entre 10% e 12%, segundo a gerente comercial da divisão, Clarisse Barreto. "Um canal que está crescendo bastante é o de panificação e confeitaria, no qual víamos grande potencial e por isso lançamos toda uma linha de gorduras para essa área", conta a gerente. A empresa também lançou no ano passado a marca Al Chef e o programa de relacionamento "Mais Sabor". Em 2013, a Cargill prevê o lançamento de até quatro novos produtos para alimentação fora do lar.

Outra empresa que aposta no mercado de panificação é a cearense J.Macêdo. A partir de março deste ano, a companhia passa a comercializar, sob a marca Dona Benta Profissional, 30 novos produtos desenvolvidos para o segmento, com distribuição inicial no norte e nordeste do País. Com aporte de R$ 10 milhões, o objetivo é que a atividade corresponda a 10% do volume de vendas da companhia até o final de 2013.

"O mercado profissional não é uma novidade para a companhia, que atuou no segmento entre 1952 e 2004", afirmou o presidente da empresa, Enrique Ussher. Segundo o executivo, a expectativa é de que os produtos da linha de panificação, que engloba farinha de trigo e misturas para bolos e pães, entre outras, conquistem mais de três mil clientes em seu primeiro ano.
 



Veículo: DCI


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