Consumidor deve voltar ao pessimismo

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O cenário de incertezas políticas e econômicas devem aumentar o mau humor do brasileiro quando o assunto é o consumo. Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o cenário futuro é incerto.

 

Em abril - antes da divulgação dos áudios que comprometem o presidente Michel Temer - a confiança do consumidor brasileiro havia aumentado, ainda que as percepção sobre o futuro tivesse encolhido na passagem de março para abril. "A queda da confiança em relação ao futuro denota a insegurança do consumidor com o cenário político instável que vigora no País", disse a entidade, em nota, ressaltando que esse comportamento "coloca em risco a definição das reformas necessárias para o equilíbrio fiscal", completa a nota.

 

Em abril, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do município de São Paulo ficou praticamente estável ao alcançar 109,0 pontos, abaixo dos 109,4 pontos apurados em março. Na comparação com abril de 2016, quando o indicador marcava 87,7 pontos, porém, houve crescimento de 24,3%, informou a entidade. Os dois quesitos que compõem o indicador registraram resultados assimétricos em abril justificados pelo momento econômico e político atual. O Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) cresceu 6,8%, ao passar de 66,8 pontos em março para 71,3 pontos em abril. Em relação a abril do ano passado, o índice registrou alta de 37,5%.

 

Por outro lado, o Índice de Expectativas do Consumidor (IEC), outro componente do ICC, viu queda de 2,6% ao passar de 137,8 pontos em março para 134,1 pontos em abril. No comparativo anual, o IEC anotou alta de 20,3%.

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, a melhora na situação econômica atual está ancorada basicamente na queda persistente da inflação, que acaba criando o efeito renda. Aliado a isso, houve a queda dos juros, movimento que abre expectativa para melhoria de condições de crédito das famílias.


Pente fino

Em abril, entre os itens apurados pelo ICEA, as duas maiores altas ficaram por conta do público feminino e de consumidores com rendimento familiar superior a dez salários mínimos. O primeiro grupo avançou 11,3% ao passar de 59,9 pontos em março para 66,7 pontos em abril e, o segundo, registrou alta de 12% ao passar de 75,1 pontos em março para 84,1 pontos em abril. Segundo a Federação, o dado confirma o efeito renda causado pela queda da inflação, observada principalmente nos produtos alimentícios.

 

Os mais pobres e as mulheres - maioria das vezes responsáveis pelo orçamento doméstico - geralmente são os dois grupos muito a tento ao movimento dos preços.

Nos dados apontados destaca-se a assimetria dos consumidores com rendimentos acima de dez salários mínimos e abaixo desse patamar de renda: alta de 2,8% e queda de 5,5%, respectivamente.

 

 

 

Fonte: DCI São Paulo

 


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