Rio - Os consumidores brasileiros ficaram menos endividados e inadimplentes na passagem de outubro para novembro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) mostra que 57,3% das famílias possuíam algum tipo de dívida em novembro contra uma fatia de 57,7% em outubro. O resultado é o menor desde julho de 2012, que também registrou 57,3% de endividados.
"As dificuldades de aquisição de crédito, devido às incertezas do cenário econômico e às elevadas taxas de juros, aliadas à perda do poder de compra por causa do desemprego, fazem com que o consumo fique retraído, reduzindo, consequentemente, o nível de endividamento", explica o economista da CNC Bruno Fernandes. Já a proporção dos entrevistados que relataram ter dívidas em atraso foi de 23,4% em novembro contra 23,8% em outubro. Na comparação anual, no entanto, houve um aumento: em novembro de 2015, o total era de 22,7%.
Dos entrevistados, 9,1% disse não ter como pagar as dívidas e, portanto, seguiriam inadimplentes. No mês anterior, esse porcentual era de 9,4%. Há um ano essa fatia era menor, 8,5%. A pesquisa considera como dívidas as contas a pagar em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo, prestação de carro ou seguro.
Entre as famílias brasileiras, 21,3% têm mais da metade da renda comprometida com o pagamento de dívidas. O cartão de crédito permanece no topo da lista de contas a pagar, citado por 77,2% dos entrevistados. Os carnês estão em segundo lugar, com 14,3% de citações, seguidos pelo financiamento de carro, com 10,5%. Entre as famílias com conta ou dívida em atraso, o tempo médio foi de 63,3 dias. Já o tempo médio de comprometimento com dívidas é de sete meses, sendo que 33,5% possuem dívidas por mais de um ano.
A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic Nacional) é apurada mensalmente pela CNC desde janeiro de 2010. Os dados são coletados, em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal, com base em cerca de 18.000 consumidores. (AE)
Fonte: Diário do Comércio de Minas