Mercado eleva as projeções para inflação

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                                  Alguns analistas já estimam o IPCA acima do teto da meta tanto no atual exercício quanto em 2017.

Depois que o grupo de instituições que mais acertam as projeções para a inflação no médio prazo (Top 5) apontou para uma inflação muito acima do teto da meta do ano que vem (de 6%), o das demais participantes do Relatório de Mercado Focus também jogou para cima suas expectativas. De acordo com o documento divulgado ontem pelo Banco Central, a mediana das projeções subiu de 5,65% na semana passada para 5,80% agora. Há um mês, estava em 5,20%.
 
No Top 5, a mediana permaneceu em 7,19% - quatro semanas atrás estava em 5,50%. Essa elite prevê também que o IPCA deste ano ficará em 7,79% ante taxa prevista anteriormente de 7,92% e de 7,44% verificada quatro semanas atrás. Todos os números já estão acima do teto da meta para o período, de 6,50%. A pesquisa geral, por sua vez, revelou alta de 7,23% das previsões para a inflação deste ano, para 7,26%. Quatro edições do Relatório Focus, o patamar era de 6,87%.
 
No caso das expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente, a mediana saiu de 6,91% para 6,82% de uma semana para outra - há um mês, estava em 6,94%. Para o curto prazo, houve correção das expectativas para a taxa para janeiro de 2016, que foi modificada de 1,05% para 1,06%. Um mês antes, estava em 0,85%. Para fevereiro, a mediana das previsões continuou em 0,85% (0,80% um mês atrás).
 
De acordo com o último Relatório Trimestral de Inflação, divulgado em dezembro, o BC projeta que a inflação encerre este ano em 6,2% no cenário de referência e em 6,3% pelo cenário de mercado. Para 2017, a estimativa da autoridade monetária está em 4,8% pelo cenário de referência e de 4,9% pelo de mercado. Na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, a instituição informou que houve aumento desses porcentuais nos dois casos em ambos cenários.
 
Essa piora das previsões para a inflação ocorreu depois de uma semana tumultuada para a política monetária. No primeiro dia do Copom, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, fez um comentário surpresa sobre as novas estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deste e do próximo ano. A ação seguinte do colegiado foi a manutenção dos juros básicos da economia em 14,25% ao ano. Até o comentário de Tombini, a expectativa maciça do mercado financeiro era de alta de 0,50 ponto porcentual da Selic.
 
Administrados - Continua a diminuir a sensação do mercado financeiro de que os preços monitorados ou administrados pelo governo darão trégua à inflação deste ano. De acordo com o Relatório de Mercado Focus, analistas estimam que esse conjunto de preços terá alta de 7,70% Na edição anterior, a elevação prevista era de 7,62% e, na edição de um mês atrás, a projeção era de 7,50%. De qualquer forma, as projeções para esse conjunto de itens segue bem abaixo da alta vista no ano passado, que ficou em 18,07%.
 
No caso de 2017, a mediana das expectativas permaneceu em 5,50% pela oitava semana consecutiva. O BC conta com forte desinflação desse segmento este ano para levar o IPCA para o intervalo de 4,5% a 6,5% . No último Relatório Trimestral de Inflação de dezembro, o BC escreveu que, em 2016, a dinâmica dos preços administrados, aliados a outros componentes, são “fatores importantes do contexto em que decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência da inflação para a meta de 4,5% estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), em 2017”.
 
Na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, a previsão do BC para os administrados saiu de 5,9% para 6,3% e a de 2017 ficou em 5%. NO documento, o BC enfatizou a alta dos preços das tarifas de transporte público ocorrida em várias capitais do País.

Câmbio - Analistas do mercado financeiro corrigiram mais uma vez para cima suas expectativas para o comportamento cambial no encerramento de 2016. A mediana das estimativas do mercado no Relatório de Mercado Focus aponta para uma cotação de R$ 4,35 no fim deste ano, maior do que a de R$ 4,30, vista na semana passada - um mês antes, estava em R$ 4,21. Com isso, o câmbio médio de 2016 subiu de R$ 4,19 para R$ 4,20 de uma semana para outra - um mês antes, estava em R$ 4,13.
 
A perspectiva do mercado financeiro para o câmbio de 2017 permaneceu em R$ 4,40 no boletim Focus. Quatro edições atrás do documento, a mediana das previsões apontava para cotação de R$ 4,20. O BC retomou na semana passada a realização de leilões de linha. Além disso, tem mantido integralmente a rolagem de leilões de swap cambial, que foram mais expressivos desde de 2013, por meio de ofertas apelidadas de “ração diária”.

 



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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