Analistas consultados pelo BC elevaram previsões para o indicador pela 10ª vez seguida
Brasília - Depois dos resultados surpreendentes do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio e do IPCA-15 de junho, ambos acima das estimativas, analistas consultados pelo Banco Central (BC) para o Relatório de Mercado Focus elevaram mais uma vez as previsões para o índice. Pela 10ª rodada consecutiva, a estimativa para o indicador deste ano avançou de 8,79% da semana anterior para 8,97% agora. Há um mês, a projeção estava em 8,37%.
As expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente também foram ampliadas e passaram de 6,10% para 6,13%. Há quatro semanas, estavam em 6,02%. Para junho, a medianas das previsões passou de 0,55% para 0,68%. Há um mês estava em 0,38%. Já para julho, a estimativa apresentada na Focus aumentou de 0,35% para 0,40% de uma semana para outra - ante 0,31% de quatro edições atrás.
Para o fim de 2016, foco de atuação do BC neste momento, a mediana das projeções para o IPCA se mantém inalterada há cinco semanas consecutivas em 5,50%. Apenas no Top 5, que é o grupo dos economistas que mais acertam as estimativas, houve refresco nas projeções para a inflação.
Para este ano, a mediana das estimativas de 8,90% foi substituída pela de 8,83%. Está ainda, entretanto, maior do que a taxa aguardada há um mês, de 8,75%. No caso de 2016, houve estabilidade da previsão em 5,21%, menor do que a mediana apontada na pesquisa geral, de 5,50%. Quatro edições atrás, estava em 6%.
IGP-DI - O relatório do BC revelou mais uma vez pessimismo generalizado em relação à inflação. O IGP-DI de 2015, por exemplo, deve encerrar em 7,31%, e não mais em 7,08%, como os analistas aguardavam na semana passada ou em 7,03%, como há um mês.
Da mesma forma, houve incremento das previsões para o IGP-M deste ano, de 6,94% para 7% ante projeção de quatro semanas atrás de 6,97%. Para 2016, a perspectiva de alta de 5,5% segue pela 46ª semana consecutiva tanto para o IGP-M quanto para o IGP-DI.
Sobre o IPC-Fipe, que mede a inflação para as famílias de São Paulo, a estimativa para 2015 passou de 8,39% para 8,45%. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 8,33%. Para 2016, a previsão para a inflação de São Paulo passou de 5,25% para 5,30% de uma semana para outra. Há quatro semanas estava em 5,1%.
Administrados - O patamar das projeções para os preços administrados não para de subir no Relatório de Mercado Focus do Banco Central. Para este ano, no relatório divulgado ontem, a taxa passou de 14% para 14,5%. Há um mês, a mediana para esse conjunto de itens estava em 13,7%. Para 2016, a expectativa no boletim Focus também avançou, saindo de 5,84%, onde já se encontrava um mês atrás, para 5,9%.
Segundo a mais recente ata do Comitê de Política Monetária (Copom), esse conjunto de itens apresentará elevação de 12,7% este ano, e não mais de 11,8% como constava na edição anterior. No documento de março, a estimativa era de 10,7%. Para 2016, a diretoria manteve em 5,3% a alta de preços administrados. A ata mais recente do BC revela que, para estimar a elevação dos administrados, a instituição considerou uma alta de 41% na tarifa de energia elétrica este ano.
Na edição de maio, a previsão era de 38,3%. No caso de telefonia fixa, a autoridade monetária prevê agora uma queda de 4,4% ante baixa de 4,1% da ata anterior. A diretoria também levou em conta a hipótese de elevação de 9,1% do preço da gasolina (antes estava em 9,8%) e de alta de 3% do preço do botijão de gás, substituindo um previsão de aumento de 1,9% na ata anterior. Uma nova rodada de mudanças para os preços administrados poderá ser vista no Relatório Trimestral de Inflação, que o BC divulgará amanhã.
Veículo: Diário do Comércio - MG